Documento da JS detalha participação no Y20 e critica exclusão de pautas estruturantes no relatório final
A Juventude Socialista do PDT (JS) divulgou o Relatório “G20 e a Juventude Socialista”, detalhando sua participação no Youth 20 (Y20) e apresentando críticas ao documento final do G20 entregue aos líderes mundiais. O material, disponível na Tribuna Trabalhista, reforça o compromisso da JS com pautas trabalhistas, climáticas e sociais.
Durante o Y20, fórum oficial de juventude do G20, a JS teve presença ativa em todas as etapas, incluindo a pré-cúpula em Belém e o Summit no Rio de Janeiro. A participação resultou em contribuições relevantes para a Carta de Belém e para o relatório final das juventudes, com foco na transição energética justa, na soberania sobre recursos naturais e na inclusão de políticas que enfrentem desigualdades globais.
Já o G20 Social teve como principal objetivo promover o debate sobre temas sociais e de inclusão, como desigualdade, saúde, educação e direitos humanos, com ênfase no impacto das políticas econômicas sobre as populações mais vulneráveis. De acordo com a presidente nacional da JS, Estephany Neves, embora esta etapa ainda precise avançar, ela apresenta um resultado positivo.
“Embora [o G20 Social] tenha ampliado o debate e gerado discussões enriquecedoras por meio do compartilhamento de bons projetos, as soluções apresentadas para problemas complexos muitas vezes se mostraram genéricas ou até utópicas, sem abordar adequadamente as desigualdades estruturais em suas especificidades. No entanto, a tentativa de engajar a sociedade civil, embora simbólica, é positiva, já que, apesar de as decisões ainda estarem majoritariamente nas mãos dos líderes políticos, esse movimento pode começar a pressionar por uma maior participação social na formulação de políticas globais”, explicou.
No G20, a Juventude Socialista marcou presença no espaço social, defendendo pautas centrais para os trabalhadores brasileiros e o Sul Global. Contudo, o relatório final do evento gerou críticas. Segundo a JS, propostas de políticas públicas fundamentais, como a redução da jornada de trabalho e a taxação de grandes fortunas, foram excluídas.
De acordo com a cientista política Gabrielly Santos, secretária de Relações Internacionais da JS Nacional e presidente da JS do Distrito Federal, essa carência se deve à própria concepção do G20, financiada por capital privado, que limita os avanços sociais. Ainda segundo a pedetista, mesmo diante deste cenário, os movimentos sociais tiveram participação ativa na confecção do documento e se fizeram presente.
“O G20 é um evento organizado e patrocinado por grandes corporações internacionais, grandes conglomerados. Por mais que possamos ter discussões interessantes e profícuas, há um teto, um limite. Não se avança ao ponto de discutir reformas estruturantes. Não houve um apagamento dos movimentos sociais, mas uma limitação imposta pela própria organização e pelo que o G20 se propõe a ser”, explicou Gaby, que é coautora do relatório da JS.
O relatório da JS reforça a necessidade de transformar essas discussões em políticas concretas, superando as barreiras impostas pelos interesses do capital. A Juventude Socialista destaca a importância do Brasil em liderar essas mudanças, com um papel estratégico no Sul Global.
O Relatório da Juventude Socialista no G20 já está disponível para leitura na Tribuna Trabalhista.