Trajetória do educador baiano inspirou Brizola e Darcy Ribeiro para criação dos CIEPs

 

Foi promulgada, nesta segunda-feira (15), a lei que declara Anísio Teixeira como Patrono da Educação Pública no Brasil. Esse reconhecimento, no Dia dos Professores, coroa a trajetória de um dos maiores defensores da educação democrática, inclusiva e gratuita no país, cujas ideias impactaram profundamente o Trabalhismo e sua luta pela justiça social.

Nascido em Caetité (BA), Anísio Teixeira era conhecido por sua defesa inabalável da escola pública. Ele desempenhou um papel crucial no avanço educacional sob governos trabalhistas. Filiado ao PTB, o educador apoiou a política educacional de Getúlio Vargas – foi secretário de Educação e Saúde no Distrito Federal (Rio de Janeiro) entre 1931 e 1935 – defendendo uma intervenção estatal para garantir o acesso igualitário ao ensino de qualidade, um dos pilares do Trabalhismo.

Em 1932, o educador baiano foi um dos principais signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, documento que propunha reformas profundas no sistema educacional brasileiro, defendendo uma educação voltada para todos os cidadãos, independentemente de classe social.

Na década de 1960, Anísio trabalhou ao lado de Darcy Ribeiro na fundação da Universidade de Brasília (UnB), um projeto inovador que pretendia modernizar o ensino superior no país. A colaboração entre os dois foi marcada por uma visão compartilhada de uma educação emancipadora, que integrava ciência, tecnologia e formação crítica dos cidadãos.

Darcy, figura central no PDT, deu continuidade ao legado de Anísio no partido, especialmente na criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), durante a gestão de Leonel Brizola no Rio de Janeiro. Os CIEPs, projetados para oferecer educação em tempo integral, foram diretamente inspirados no conceito de Escola-Parque de Anísio, implementada em Salvador nos anos 1950.

Brizola, assim como Darcy, reconhecia em Anísio Teixeira um farol na luta pela democratização da educação. Sob o governo de Brizola, o projeto dos CIEPs foi expandido para garantir que as crianças das áreas mais carentes do estado tivessem acesso a um ensino de qualidade, em tempo integral, seguindo a linha de pensamento de Anísio.

A promulgação da lei que o consagra como Patrono da Educação Pública reafirma seu papel como um dos grandes arquitetos do sistema educacional que o PDT sempre defendeu. Ao celebrar Anísio Teixeira, celebramos também o compromisso do Trabalhismo com uma educação pública, universal e transformadora.

Memórias Trabalhistas

Anísio Teixeira é figura indispensável na história do Trabalhismo brasileiro. Como vimos, sua ideologia educacional está ladeada a uma das principais causas trabalhistas e bandeira fundamental do PDT. Foi obsevando a sua trajetória que Brizola e Darcy fundaram a melhor experiência em educação pública no país, os CIEPs.

Por isso, a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), por meio do Centro de Memória Trabalhista (CMT), vai condensar a história de Anísio em uma publicação destinada a registrar os grandes trabalhistas da história. Parte da série “Memórias Trabalhistas”, a obra sobre o educador baiano vai figurar ao lado de nomes como Abdias Nascimento, Neiva Moreira, Luiz Carlos Prestes e muitos outros. Fique atento! O lançamento da cartilha acontecerá em breve.