Sete décadas da Carta-Testamento do presidente Getúlio Vargas. Mais de dois terços de um século que imortalizaram o papel de Vargas como patriarca do Brasil moderno, de nosso processo de industrialização, de nossas instituições públicas, da cidadania do nosso povo e de uma causa que mexe com os brios de todos nós trabalhistas: a soberania do Brasil, pátria que a ninguém deve se curvar.
“Esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém”, nos disse Getúlio em seu documento derradeiro. Em 2021, no 1º de maio, os companheiros da Juventude Socialista percorreram a Avenida Paulista, em meio a uma multidão, com uma bandeira verde e amarela com o rosto de Vargas e os dizeres.
“Getúlio Vargas, soberania nacional”. A herança varguista homenageada pela juventude nos lembra de nossos deveres enquanto brasileiros de defendermos um projeto autônomo de desenvolvimento em nosso país, um posicionamento altivo e independente no cenário geopolítico e o compromisso incessante com a defesa dos mais pobres.
Vargas, pai da nossa legislação trabalhista e dos direitos previdenciários do povo brasileiro, dedicou todos os seus dias, desde os tempos em que era promotor de Justiça no Rio Grande do Sul, à defesa dos mais vulneráveis. Desenvolveu nossa indústria, valorizando não apenas as capitais, mas criando polos industriais no interior do Brasil, como Volta Redonda, com a CSN. Derrotou o nazifascismo, com o compromisso que sempre teve em defesa da razão e do anti-imperialismo, solidário com os oprimidos e adversário dos opressores.
Com Roosevelt, um dos maiores presidentes da história dos EUA, Vargas estabeleceu diálogo, preservando os interesses de nosso país. E desenvolveu uma aliança em que o Brasil também saiu ganhando, com a estrutura necessária à nossa indústria de base e a profissionalização de nossas Forças Armadas obtida com a experiência de combate na Itália. Vargas e Roosevelt se admiravam, e o New Deal norte-americano foi inspirado (como o próprio presidente dos Estados Unidos dizia) nas providências econômicas de Vargas ao chegar à Presidência da República, em plena crise oriunda da crise de 1929. Apesar do necessário pragmatismo geopolítico, Vargas sempre esteve ao lado das nações democráticas.
Nós, pedetistas, somos os legítimos herdeiros das lutas de Vargas em defesa de nosso país. Nos orgulhamos de nossa herança, do legado que recebemos de nossos líderes históricos para construir o Brasil desenvolvido, independente e socialmente justo que tanto desejamos. Vargas saiu da vida para entrar na história. Nós, seus herdeiros políticos, queremos continuar a fazer história.
*Everton Gomes é secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro e cientista político