PDT da Paraíba em reconstrução: a nova face do Trabalhismo no estado


Por Wellington Penalva
12/08/2024

Nova gestão ampliou presença e representatividade partidária em dois anos

 

Após um grande trabalho de reestruturação, o PDT da Paraíba chega às eleições municipais deste ano com a costumeira força pedetista. O partido passa por um processo de intervenção desde 2022, saltando de dois diretórios – o estadual e o da capital, João Pessoa – para 92, em um prazo de pouco mais de dois anos. Presidido pelo advogado Marco Ribeiro, secretário Nacional de Assuntos Jurídicos do PDT, o Diretório conta com uma nominata ampla e diversificada para o próximo pleito.

Mais fortalecido e com sólida postura ideológica, o PDT paraibano chega às eleições de 2024 com 370 concorrentes à cargos eletivos. Desses, 16 disputam para prefeito (quatro mulheres), 28 para vice-prefeito (quatro mulheres) e 326 para vereador (118 mulheres). Os números refletem o esforço da nova gestão em levantar o partido no estado.

“Nós entendemos que a gente teria que fazer algo diferente e fazer um partido como o Brizola gostaria de ter feito, de ter reorganizado a comunidade. E foi a partir dali que hoje temos, de 223 municípios, mais de 92 já atuantes, ativos, regularizados, com suas prestações de contas regularizadas, enfim, normalizado e com diretórios, com comissões provisórias que estão nos surpreendendo”, revelou Marcos.

Estas eleições terão forte presença feminina de pedetistas – que tem sido fomentada pela atual gestão para alcançar 50% das candidaturas. Além delas, outros grupos sociais estão devidamente representados pela nominata pedetista para este ano. Este movimento partidário garante a representatividade tanto nos legislativos municipais quanto nas prefeituras.

“Procuramos ter um amplo espectro de representatividade da sociedade. Um partido que não se preocupa com isso é como se só precisasse do voto popular, mas chega lá e vai governar ou vai ajudar a governar só com o objetivo de endereçar o seu tempo para as elites, não se preocupando com a qualidade das crianças, do hospital, de emprego, e da diversidade social. Temos candidatos quilombolas, integrantes do MST, médicos, advogados, e LGBTI, mostrando que nossa prioridade é a inclusão e a diversidade”, garante o dirigente.

Tão importante quanto o quadro de candidatos são as alianças formadas no processo eleitoral. Nestes casos, o PDT-PB tem adotado a postura trabalhista de defesa intransigente de princípios como educação pública integral e de qualidade, e valorização do trabalhador. As alianças têm como base a garantia de cumprimento dos valores pedetistas.

Com esse quadro, o partido está representado nos 92 municípios em que se insere, com destaque para Campina Grande, Lagoa, Jericó, Diamante e Conde. Nessas cidades paraibanas, os pedetistas formaram chapa pura para concorrer ao Executivo local.

“Estou muito feliz em ver que o partido está ressurgindo muito forte aqui na Paraíba, e tenho muito orgulho de que o primeiro passo dessa reconstrução tenha sido dado em Campina Grande, terra onde Brizola continua muitíssimo respeitado. O presidente Lupi tem nos dado liberdade para tocar os rumos, prezando por um trabalho orgânico, e hoje, após termos tido candidato ao Senado, estamos com a candidatura a prefeito de Campina Grande, após um processo de formação das nossas bases. O trabalhismo ressurgiu por aqui e agora com muito mais força. Os frutos começarão a ser colhidos”, relata André Ribeiro, vice-presidente do PDT da Paraíba e candidato à Prefeitura de Campina Grande.

Um novo rumo

Da direita para a esquerda: Leonardo Britto, secretário-adjunto do PDT da Paraíba, Fernando Barbosa, secretário Nacional de Organização Estatutária e Administrativa, e Marcos Ribeiro, presidente estadual do PDT/PB.

O cenário era desafiador: o PDT paraibano precisava se fazer presente e pujante no estado, levar o trabalhismo aos cidadãos e à ponta da administração pública. Era necessário um projeto capaz de aglutinar as forças trabalhistas no estado para que o partido pudesse tomar o seu espaço no tabuleiro da política local.

Para o cumprimento da missão dada pelo então presidente nacional do PDT, o atual ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o grupo liderado por Marcos Ribeiro foi designado. O trabalho começou ligeiramente antes das eleições majoritárias de 2022 e focou numa atuação que enxergasse os desafios estaduais em cada microrregião. Criou-se, então, uma subdivisão do estado que compreendia o território em 12 regiões, cada uma com uma liderança responsável.

“Nós dividimos o estado em doze regiões. Doze para coincidir com o número cabalístico que é do partido. E colocamos alguns coordenadores. Colocamos essas pessoas numa posição de destaque e nós entendemos que aquilo ali deveria fazer parte de um conselho político. Então, todas as nossas decisões têm uma consulta a esse conselho político, que é o que está na ponta, é aquele que a gente tem que saber o que está acontecendo”, explicou o presidente da legenda.

Esse trabalho foi capaz de reorganizar o PDT na Paraíba, incluindo o que diz respeito à prestação de contas do partido. Graças ao grupo liderado por Ribeiro – que conta também com o secretário-geral Sandro Alencar, o secretário-adjunto Leonardo Britto, e o vice-presidente estadual da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP) Sávio Salvador –, hoje o trabalhismo paraibano tem presença significativa no estado. Ainda existe a expectativa de novas filiações, incluindo três deputados estaduais que estão em conversa com a legenda.

Prata da casa

Da direita para a esquerda, Sandro Alencar, secretário-geral do PDT da Paraíba, Johanna Estrela, candidata a vereadora pelo partido, e João Estrela, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Souza (PB)

O secretário-geral Sandro Alencar faz questão de destacar que todos esses resultados não seriam possíveis sem o valioso trabalho da prata da casa que, segundo, ele têm contribuído significativamente desde o início dessa nova empreitada no partido no estado.

“Apesar do cenário de terra arrasada, encontramos um terreno muito fértil politicamente, e com a ajuda dos brizolistas, prestistas e ciristas paraibanos, o trabalho ficou menos complicado. Um exemplo é o ex-deputado e ex-prefeito João Estrela, que desde o início vestiu a camisa da reconstrução, assim como a filiação dos ex-deputados João Fernandes e Érico Djan, e do deputado estadual Gilbertinho, que contribuíram para alavancarmos esse processo “, afirma Sandro, que assim como os demais dirigentes vislumbram um furo ainda mais promissor.

“Com as bases das eleições de 2024, o PDT paraibano já está preparado para as eleições de 2026. Com a certeza de elegermos um deputado federal, podendo chegar a termos até dois federais, e a expectativa de fazermos três estaduais, visualizamos um grande futuro para o PDT da Paraíba”, ressalta.

Com elas somos mais fortes

Professora Naubia, presidente estadual do Movimento Negro e candidata a prefeita de Diamante (PB)
Professora Naubia Marques, presidente estadual do Movimento Negro e candidata a prefeita de Diamante (PB), ao lado de Ecinho do Posto, candidato a vice-prefeito

É nítido o comprometido do PDT da Paraíba em ampliar a participação das mulheres na política, como parte de sua estratégia para as eleições municipais deste ano e para 2026. De acordo com Marcos Ribeiro, a inclusão feminina não se limita apenas ao cumprimento da cota de gênero de 30%, mas busca alcançar uma paridade efetiva de 50% nas candidaturas.

“Nós entendemos que o lugar da mulher é na política, e o momento adequado é esse. As mulheres têm uma visão realista. Estamos focados em garantir que elas tenham o espaço e a voz que merecem dentro do partido e nas eleições”, afirmou Ribeiro.

A força feminina está presente em todas as esferas do partido e é reforçada pelo trabalho da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), também presente na Paraíba. A respeito das ações do movimento realizadas no estado – sobretudo de capacitação feminina –, a presidente da AMT local, Susana Araújo, ratificou o clima de reconstrução partidária e inserção da mulher na disputa políticas.

“A AMT da Paraíba vive um novo momento. Vivemos um tempo de candidaturas femininas fortes e trabalhistas. O PDT- PB liderado pelo presidente Dr. Marcos Ribeiro, deu-nos a missão de fazer desta eleição uma eleição onde a igualdade de gênero fosse sua marca. E o PDT tem história de luta em prol da democracia e dos direitos das mulheres. Como presidente da AMT-PB, sinto-me honrada de fazer uma caminhada política ao lado de companheiros que apoiam e lutam pelas candidaturas femininas”, declara Susana.