A experiência histórica brasileira comprova: as melhores soluções são aquelas que consagram o diálogo com o debate lúcido e justo entre patrões e trabalhadores mediado pelo Estado. Foi assim que conquistamos direitos sociais como a Previdência e a CLT, protegendo a classe trabalhadora, distribuindo renda e promovendo justiça social. Esse tipo de pacto, consagrador da união nacional, foi construído, ao longo do tempo, por líderes trabalhistas, notadamente o presidente Getúlio Vargas.
Por isso, não é exagero afirmar que as grandes respostas para os problemas nacionais foram orquestradas por trabalhistas. E, nestes dias contemporâneos tão complexos, continuamos tendo muito a dizer. A emergência climática que se abateu sobre nossos irmãos do Rio Grande do Sul explicitou que a sustentabilidade, causa histórica do trabalhismo consagrada na Rio 92, tem impacto direto sobre a questão social e o desenvolvimento econômico. O desrespeito à natureza que está na raiz do aquecimento global ocasionou no Sul centenas de mortes e bilhões de reais em prejuízos.
Em Brasília, nos dias 23, 24 e 25 de maio, nós, pedetistas, discutiremos soluções para o Brasil no 6º Congresso Nacional do PDT. Será uma oportunidade para nos debruçarmos sobre os grandes dilemas contemporâneos, e mostrar, mais uma vez, que seguimos fiéis ao papel histórico de propor saídas concretas, eficientes e justas para os grandes problemas da vida nacional. Soluções pautadas na experiência prática e nos valores democráticos, que representem nosso compromisso de raiz com a democracia de caráter plenamente participativo e marcadamente popular, presente no “D” de nossa sigla.
No mundo do trabalho, a ascensão de novas tecnologias que reconfiguram os processos produtivos, disseminam o uso da inteligência artificial e aceleram a automação, seja ela como mera ferramenta colaborativa ou ameaça massiva aos postos de trabalho, torna urgente o debate sobre a geração de empregos adequados aos tempos de hoje: postos que mobilizem o aparato tecnológico como recursos ao desenvolvimento humano. É preciso ensinar programação às crianças, mas também qualificar adultos há anos fora do mercado formal para novos ofícios. Nesse ponto, a agenda dos empregos verdes (sustentáveis) é primordial, pois gera oportunidades em carreiras adequadas ao panorama contemporâneo.
Nós, trabalhistas, acreditamos em um Estado atuante e resolutivo. Mediador de conflitos, promotor da justiça social e indutor do desenvolvimento econômico. Que trabalha na mitigação da crise climática ao mesmo tempo em que promova o pleno emprego em tempos de revolução tecnológica. Que garanta as conquistas históricas dos trabalhadores sem deixar de olhar para as novas profissões. Que salvaguarde a soberania nacional em uma época de belicosidade na geopolítica. Que promova uma cultura de paz, integração, inclusão e justiça. Nosso compromisso é com a mudança.
*Everton Gomes é cientista político e secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio