Decisão foi unanime na Corte. Entendimento é de correlação entre documento e discurso do ex-presidente
A minuta golpista incluída pelo ministro Benedito Gonçalves no processo movido pelo PDT contra Bolsonaro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a pedido do próprio partido, foi validada pelo plenário da Corte por unanimidade. Entre 16 ações que correm no Tribunal contra o ex-presidente, a pedetista é a mais avançada e trata originalmente do ataque à Justiça e ao processo eleitoral, feito pelo então mandatário em reunião com embaixadores antes das eleições do ano passado.
O atual ministro da Previdência Social e presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a inclusão da minuta visa embasar ainda mais o processo que consiste em uma linha temporal de ações para um mesmo objetivo.
“O que ensaiaram fazer por meio da minuta golpista vinha sendo azeitado pelo discurso do ex-presidente. Sua fala frente aos embaixadores visava legitimar a tentativa de golpe que se avizinhava, ou seja, era tudo parte de um mesmo plano para acabar com a democracia brasileira e impor um governo ilegítimo”, concluiu Lupi.
A minuta golpista é aquela encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, em que se preparava uma intervenção ilegal no TSE. Os advogados de Bolsonaro questionaram a decisão alegando que se trata de um fato novo, o que foi refutado por Gonçalves.
De acordo com o ministro do TSE, o fato de Anderson Torres ter em sua casa uma proposta de intervenção no Tribunal possui correlação entre o discurso do ex-presidente e sua campanha e a gravidade dos fatos investigados.