Tesoureira do PDT-RJ, a contadora detalha a trajetória política e profissional do trabalhista
No programa “Trabalhismo na História”, do Centro de Memória Trabalhista (CMT), Elma Cerqueira, que é tesoureira do PDT no estado do Rio de Janeiro e filha do ex-deputado federal Benetido Cerqueira, relatou a similaridade entre os perfis do pai e do ex-presidente da República João Goulart (Jango): “Um homem conciliador, muito parecido com o Jango. Não era de briga, mas de conversa”.
Na entrevista para o coordenador do CMT, Henrique Mathiensen, Elma detalhou a trajetória profissional e política do metalúrgico cassado após o golpe militar de 1964 e exilado durante 15 anos.
“Meu pai era um militante mineiro que veio para o Rio de Janeiro e começou a aglutinar as pessoas. Com isso, se tornou o secretário e presidente do sindicato. […] Era um homem classista e a prioridade era o direito do trabalhador”, contou a pedetista.
“Fez muitas leis importantes para os metalúrgicos na área de segurança [do trabalho], pois existiam poucos protocolos para garantir a proteção em caso de acidentes”, completou.
Sobre a participação no governo de Jango, Elma valorizou ainda o reconhecimento que o pai conquistou entre as lideranças trabalhistas e, em contrapartida, o ônus acumulado perante a ditadura.
“Jango gostava muito dele pela atuação junto aos metalúrgicos. E isso foi dito, inclusive, por Darcy Ribeiro em um dos seus livros. Aliado, meu pai era colocado entre os destaques do governo”, afirmou.
“Por sua liderança, era considerado um dos quatro homens que conseguiriam parar o Brasil em 24 horas”, acrescentou, justificando a perseguição de militares e políticos alinhados ao regime, como Carlos Lacerda.
Após o exílio, que incluiu períodos na Iugoslávia, antiga República socialista do Leste Europeu, Panamá e Chile, Elma abordou o processo brasileiro de reabertura democrática e anistia, em 1979, bem como de mobilização política, com a fundação do PDT ao lado de Leonel Brizola.
No final de 1981, momentos antes do seu falecimento, Benedito ratificou, segundo ela, sua convicção de que Brizola alcançaria o sucesso planejado na eleição para governador do Rio de Janeiro.
“O legado dele foi o nacionalismo. A crença de que Brizola iria mudar isso aqui. É um orgulho muito grande”, concluiu, relembrando projetos marcantes executados, como o dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps).
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