Sem revés, partido mantém seus cerca de 20 mil filiados e uma trajetória vencedora que já contou com governador e senador no Estado e não está disposto a abrir mão deste legado
Uma boa virada à esquerda. O Partido Democrático Trabalhista (PDT), sob um novo comando em Mato Grosso, se mobiliza para reforçar a campanha de Ciro Gomes à presidência do Brasil dentro do Estado. Com um histórico de muitas vitórias ao longo do tempo na região, a legenda trabalhista, desde o 1º de maio deste ano, é comandada pelo vereador cuiabano Lilo Pinheiro, referendado pelo Diretório Nacional como o novo presidente do Diretório Estadual, e pelo advogado Diogo Botelho, que está assumindo as funções de secretário-geral estadual.
Lilo assumui o comando do partido brizolista lembrando que, depois da inesperada saído do deputado Allan Kardec, o PDT não sofreu qualquer revés, mantendo os seus cerca de 20 mil filiados e a trajetória de uma legenda vencedora que já contou com governador e senador no Estado e não está disposto a abrir mão deste legado.
“A gente está falando de um partido histórico, um partido de tradição, um partido de resistência, fundado por Leonel Brizola, o líder da Cadeia da Legalidade, que é um dos símbolos da luta pela liberdade e pela Democracia no Brasil. Além do mais, temos que levar em consideração que nós temos atualmente um forte candidato próprio à Presidente da República, que é o ex-governador Ciro Gomes, vice presidente nacional do PDT, que vem capitaneando um projeto nacional de desenvolvimento e contribuindo para que se rompa essa cansativa polarização entre as campanhas extremistas de Lula e Bolsonaro.
O desafio do partido em Mato Grosso, no curto e médio prazo, é construir um projeto para a disputa majoritária, de forma a assegurar o palanque ao candidato Ciro Gomes. Nesse sentido, Lilo anuncia que o PDT mato-grossense já se movimenta para realizar encontros na capital e pelo interior na busca por nomes que possam disputar tanto o governo como uma vaga no Senado Federal, formando também chapa completa para a disputa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e da Câmara Federal.
Entre os nomes e personalidades que poderão ser levados ao debate visando viabilizar uma forte chapa para a disputa em Mato Grosso, estão o maestro Fabrício Carvalho, um dos mais respeitados e premiados ativistas da cultura mato-grossense, o conceituado advogado criminalista Ricardo Monteiro, Djalma Sabo Mendes, que já foi defensor público-geral no Estado, o vereador por Várzea Grande Ícaro Reveles, Erival Capistrano, na região de Diamantino, Jair Mariano, que é um filiado histórico no Nortão, o advogado e sindicalista Antônio Vagner, dirigente do Sinpaig e atual presidente da Central Sindical Brasileira no Estado e Miriam Calazans, que preside a Ação da Mulher Trabalhista. Além dos próprios nomes de Lilo e do seu parceiro dirigente Diogo Botelho que, além da secretaria geral estadual, acumula a presidência do Diretório Municipal do PDT em Cuiabá.
O desafio, é claro, não é fácil de ser superado porque a disputa eleitoral nunca antes se mostrara tão acirrada, no plano nacional e estadual, a ponto de atrair a atenção de todo o mundo, para o Brasil, neste ano decisivo. No caso do PDT, com Lilo e Diogo, o desafio é superar a fase personalista de antes, quando os projetos pessoais se impunham sobre o partido, e construir um projeto coletivo e multiplicador, capaz de atrair setores populares e empresariais que, no caso de Mato Grosso, buscam uma saída para a atual concentração de renda que se expressa atualmente no aparentemente inabalável poder do Agronegócio. Mas grandes desafios surgem para serem suplantados por homens e mulheres que saibam fazer a hora, não esperem acontecer.
Uma boa notícia – me informou Diogo Botelho – é que estamos abrindo diálogo como players do Agronegócio de forma a construir um projeto que possibilite formas de desenvolvimento mais harmônico para Mato Grosso. Não podemos eternizar este quadro constrangedor que vemos neste Estado, onde umas poucas famílias faturam milhões no mesmo espaço em que outras tantas famílias de brasileiros e brasileiras são constrangidas a buscarem seu sustento na fila dos ossinhos.