Em ato contra Bolsonaro, presidenciável afirma que para proteger a Democracia no Brasil é preciso reunião de forças
Em discurso proferido na Avenina Paulita, em São Paulo (SP), nese domingo (12), o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, defendeu união contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a quem ele chamou de ‘traidor da nação brasileira e de seus soldados feridos’.
“Nós somos diferentes, temos histórias diferentes, temos caminhadas diferentes, temos olhar sobre o futuro do País provavelmente diferentes; mas o que nos reúne é o que deve reunir toda nação civicamente sadia: é a ameaça da morte da democracia e do poder da nação brasileira conquistados com todo o sacrifício. Portanto, contem comigo”, afirmou o pedetista falando à multidão no ato puxado pelo MBL.
Em ataque direto a Bolsonaro, disse que ele “agora não é só um traidor da Nação brasileira, ele é um traidor dos seus soldados feridos, que abandonou na luta para fazer um conchavo vergonhoso, humilhante, frouxo e covarde. Nós estamos começando hoje, mas isso é só o começo. Aqui, na Paulista, o povo está levantando sua mais poderosa espada, que é a espada da união”, afirmou o ex-governador do Ceará.
No rápido discurso de pouco mais de quatro minutos, para ‘não cansar os público presente’, Ciro Gomes falou às famílias de vítimas fatais da Covid-19, aos desempregados e aos “brasileiros que vivem na mais precária condição de trabalho”.
“Uma palavra àqueles a quem todos os dias nós deveríamos voltar as nossas preocupações, se não tivermos trocado o coração por uma pedra. Às quase 600 mil famílias enlutadas pela Covid e pela irresponsabilidade genocida e um tal presidente e de uma péssima equipe, aos quase 15 milhões de pessoas que amanhecerão desempregadas amanhã, aos 6 milhões de brasileiros que desistiram de buscar emprego, aos quase 40 milhões de brasileiros que vivem na mais precária condição de trabalho, sem nenhum direito; nem salário mínimo, nem férias, nem a proteção da velhice quando chegar a doença e a idade: essa é a minha razão moral superior de amar o brasil e correr qualquer risco e assumir qualquer contradição para defender o povo trabalhador brasileiro”, afirmou Ciro.
Ciro defendeu a aliança de todas as forças políticas a favor da Democracia e agradeceu ao convite para participar do ato “e de me juntar a tanta gente que aposta na liberdade e no direito do povo de se organizar e apostar no futuro – e não ser substituído pelo projeto de um tiranete que não só é traidor da Nação, como também de seus seguidores”.
Reiterou que o ato era apenas um começo:
“Estamos começando hoje uma caminhada aqui na Paulista levantando a espada do povo contra a ditadura. O meu respeito a cada um e cada uma de vocês”. Por fim, o pedetista puxou o grito de Fora Bolsonaro, imediatamente acompanhado pela multidão.
A íntegra da fala de Ciro Gomes:
Já o governador Doria, outro orador, falou das questões econômicas. Para ele, é difícil que o Brasil volte a ter um nível aceitável de investimentos com Bolsonaro no poder. “Somos um país isolado atualmente. O Brasil perdeu seus principais aliados – a China, a Argentina, a Alemanha e os Estados Unidos – com Bolsonaro agredindo dirigentes públicos, em vez de agregar”.
Na opinião de Doria, “com impeachment ou sem impeachment”, o Brasil precisa caminhar pela Democracia. “Se o Bolsonaro não sofrer o impeachment, ele irá ser derrotado nas eleições de 2022”, frisou, dizendo ainda que “ficará no PSDB quem for contrário ao presidente”.
O ex-ministro Mandetta, outro orador do ato, citou o fato de ter alertado o presidente sobre a gravidade da pandemia de Covid-19, assim que a doença chegou ao Brasil. Segundo ele, Bolsonaro teria respondido: “Só vai morrer quem tem que morrer”.
https://www.facebook.com/cirogomesoficial/videos/3068666393365827/