Entre os compromissos assumidos pela pedetista está a construção de candidaturas negras para 2022

Foi empossada nessa terça-feira (1) a nova Direção Estadual da Secretaria Estadual do Movimento Negro do PDT no Paraná. A nova presidenta, a advogada trabalhista Eliza Ferreira da Silva, assume com o compromisso de fortalecer a base do Movimento Negro em todo o estado, de trabalhar na construção de candidaturas negras para as eleições de 2022 e no fortalecimento do projeto da candidatura de Ciro Gomes à presidência da República.

“Só quem é negro e negra sabe o que é vivenciar no seu cotidiano as opressões desse sistema estruturalmente racista. E aqui no PDT encontrei a possibilidade de transformação social. E por isso o meu compromisso, e desta comissão provisória também, é no fortalecimento da base do movimento negro do PDT no Paraná através da nomeação de comissões municipais provisórias, focando nas eleições de 2022 para que possamos eleger negros e negras que falem pelo povo negro”, afirmou Eliza.

Nesse sentido, Eliza ressaltou que “pensando no fortalecimento da luta do povo negro e na necessidade de se ampliar as políticas públicas de igualdade racial é que precisamos fortalecer o nome do nosso futuro presidente da república, Ciro Gomes, em todo o nosso estado”.

Juntamente com a presidenta Eliza, compõem a Comissão Provisória Antonio Braz, Made Santos, Roseli Freitas, Renato Conceição, Ely Terezinha, Leonardo Rocha e Thiago Nascimento.

Lideranças nacionais e estaduais participam da posse

Conduzida pela presidenta Eliza, a cerimônia contou com a presença do presidente nacional do Movimento Negro, Ivaldo Paixão, da secretária geral, Flávia Lima, do presidente do PDT Paraná, André Menegotto, dos deputados Gustavo Fruet (federal) e Goura (estadual), dos vereadores Marcos Vieira e Dalton Borba (Curitiba) e de presidentes estaduais de vários movimentos de base do PDT.

Antes de passar a palavra aos participantes, Eliza citou algumas das grandes inspirações do Movimento Negro como Edialeda Salgado, Abdias Nascimento, Caó, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro, e questionou:

“Essa democracia que tantos defendem, ela existe para quem? Será que tivemos um governante preocupado em acabar com o mito da democracia racial? Será que esses governantes implementaram políticas pública efetivas no combate ao racismo estrutural?

Criação do PDT Negro e combate ao genocídio da população negra

Ivaldo Paixão lembrou que a secretaria do Movimento Negro do PDT foi criada em 27 de junho de 1981, cumprindo um compromisso que o partido assumiu com a Carta de Lisboa e afirmou estar confiante na condução que Eliza e a nova comissão provisória darão ao Movimento Negro no Paraná.

“Sei que você tem muito a contribuir não só pelo PDT, mas pelas minorias desse estado do Paraná e o partido vai precisar muito da sua participação. Vivemos um momento onde está exposto o genocídio da população negra de forma explicita no mundo todo”, afirmou.

“No Brasil, as chacinas, uma atrás da outra, onde as pessoas tentam naturalizar esse extermínio de pessoas negras que contribuíram para alavancar a economia do país através do seu trabalho escravizado, vindo a força para o Brasil. A nossa tradição como negros não é respeitada, é a discriminação que que segue o tempo todo”, acrescentou.

Sul é a região mais racista do Brasil

Flávia Lima, que é de Santa Catarina, falou sobre o entusiasmo em poder contar com o fortalecimento do PDT Negro no Paraná para combater o racismo na Região Sul do País.

“Tenho certeza que a gente vai poder ampliar essa discussão aqui no Sul que é uma região que ainda é mais racista do que as outras, por uma questão de colonização e de porcentagem de população negra. Precisamos nos fortalecer nessa região para fortalecer a nossa luta”, ressaltou.

Parlamentares destacam importância do combate ao racismo estrutural

Para o vereador Dalton Borba, a causa do Movimento Negro “é mais um desafio do que uma ideologia porque o racismo estrutural é tão enraizado na sociedade que para muitos ele se quer é percebido. E isso causa um dano quase que irreparável na sociedade”.

Gustavo Fruet afirmou que o desafio do PDT é estabelecer os diferentes movimentos dentro do Partido e “ter a competência de dialogar com quem não está aqui, com quem não é do PDT, e principalmente trabalhar no convencimento e na mobilização de setores que ainda reagem a conceitos democráticos civilizatórios em defesa da vida, como a defesa da vacina”.

Líder do PDT na Assembleia Legislativa, Goura lembrou que o combate ao racismo é o quarto compromisso programático do PDT e ressaltou que é necessário aumentar as bancadas legislativas com representantes do povo negro.

“O PDT está se construindo cada vez mais como uma opção séria e responsável para a gente mostrar que é possível sim, através da política, combater as desigualdades sociais”, disse ao reafirmar, com a Comissão Provisória, o compromisso de intensificar as ações em prol do povo negro, dos quilombolas do Vale do Ribeira e do combate ao racismo estrutural.

O vereador Marcos Vieira disse que acredita na força dos movimentos para mudar a sociedade. “Estamos vendo que o PDT se organiza, se movimentando como um partido que tem o compromisso com a sociedade. Não vejo outra alternativa de mudança a não ser se organizar através dos movimentos”.

Organização partidária vai refletir nas eleições

O presidente André Menegotto afirmou que a organização dos movimentos partidários possibilitará a realização de um trabalho efetivo e conectado em todo o estado e que vai refletir no resultado eleitoral de 2022.

“Queremos que os movimentos participem efetivamente da vida partidária. Estamos organizando cada setorial para que eles possam realizar seus congressos com respeito e conexão com o projeto nacional. O desempenho eleitoral do ano que vem será uma consequência da nossa organização interna. A estrutura partidária tem que dar guarida para que os movimentos possam se fortalecer em todos os municípios do Estado”.

Também participaram da cerimônia de posse representantes da Ação da Mulher Trabalhista, do Movimento Sindical, da Juventude Socialista, do PDT Diversidade, do Cristãos Trabalhistas e da Fundação Leonel Brizola. Todo evento contou com a participação dos intérpretes de Libras Rahul e Nathan.