Lupi defende voto eletrônico auditável, bandeira do PDT desde Brizola

Foto: Alexandre Amarante

Da Redação
21/05/2021

Possibilidade de eleição “limpa, aberta e transparente” reforça posição do partido há cerca de 40 anos

“Não somos contra o voto eletrônico, queremos a auditagem”, disse o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ao Poder 360, nesta sexta-feira (21), sobre o processo eleitoral no Brasil.

“Sem recontagem, não se tem possibilidade de ter uma eleição muito limpa, muito aberta, muito transparente”, acrescentou, ao garantir que a pré-candidatura do pedetista Ciro Gomes é “irreversível”.

Como embasamento da posição pedetista, Lupi cita o esquema de desvio de votos praticado pela Proconsult, empresa que realizou o serviço de apuração de votos na eleição de 1982, quando o então presidente nacional da sigla, Leonel Brizola, foi eleito governador do Rio de Janeiro pela primeira vez.

“O Brizola defendeu isso desde que tentaram fraudar sua eleição em 1982”, destacou.

Indicando objetivos opostos, Lupi desqualifica os interesses que motivam os questionamentos do atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Para ele, o fracasso na reeleição baseia a movimentação no Palácio do Planalto.

“Ele está em dúvida de sua própria eleição?”, indagou, ao completar: “Será que é o antídoto que ele está preparando para sua derrota?”

Reforma

Lupi indica que o país precisa, invariavelmente, contar com um regramento estável, sem mudanças rotineiras a cada pleito, para assegurar a plenitude do Estado Democrático de Direito.

“Ninguém aguenta mais uma. Não podemos ter essa instabilidade de a cada ano, que não é eleitoral, reformar o ano eleitoral seguinte”, criticou.

Na Câmara dos Deputados existem três frentes que tratam, por Propostas de Emenda à Constituição (PECs), da forma da disputa e do voto impresso, inclusive para o ano que vem. Outras mudanças, como restrição a pesquisas eleitorais, não demandam alterações constitucionais.

Desde 2002, o Supremo Tribunal Federal derrubou três projetos de lei, aprovados pelo Congresso, que tratavam da impressão do voto. Entre eles, o 10.408, de 2002, do senador Roberto Requião (PMDB); o 12.034, de 2009, dos deputados Brizola Neto e Flávio Dino (PCdoB), bem como o 13.165/2015, denominado “minirreforma eleitoral”.

Confira a entrevista, na íntegra, aqui.