Martha Rocha e Pompeo de Mattos apontam fatos que devem ser investigados pelo Senado
O Café com Lupi deste sábado (10) abordou mais uma vez o drama sanitário em que se encontra o Brasil. A novidade agora é a CPI da Pandemia, com instalação no Senado determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira. Para debater o assunto, foram convidados a deputada estadual do Rio de Janeiro, Martha Rocha, e o deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Pompeo de Mattos.
O país vive derrocada ininterrupta, superando sucessivamente o número diário de mortes – o recorde atual é de 4249 óbitos em 24 horas. Os motivos para a instauração da CPI da Pandemia são inúmeros, vão desde o negacionismo científico e da propagação de informações falsas à ingerência e gestão suspeita de recursos destinados ao combate da Covid-19. Ainda assim, a iniciativa não partiu do Legislativo, como seria natural.
Martha Rocha lamentou que decisão tão importante tenha sido tomada pelo Judiciário e não pelo Legislativo. A deputada estadual integra a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que identificou irregularidades na gestão da pandemia no estado e culminou na abertura do processo de impeachment do governador Wilson Witzel. Para a parlamentar, a CPI determinada por Barroso pode revelar muitos ilícitos, a exemplo do que aconteceu no Rio.
“Eu acho que vai acontecer nessa CPI o que foi identificado aqui no estado do Rio de Janeiro. […] Eu não tenho dúvida que a gente tem muita coisa para conhecer, desde o negacionismo até essa insistência de fabricação de remédios, como foi o caso da cloroquina; o que aconteceu em Manaus, a falta de oxigênio; o tratamento precoce que verdadeiramente não adianta nada; o uso excessivo desses medicamentos que está causando a necessidade de transplante de fígado”, afirmou a deputada.
Pompeo de Mattos segue a linha de raciocínio de Martha e vai além. Para ele, o presidente do Senado “sentou em cima” do processo que pedia instauração da CPI, a despeito de sua legitimidade. O deputado federal também afirma que o Governo Federal tem muito a esclarecer e que, se a investigação houvesse começado antes, provavelmente o cenário não seria tão grave.
“Por que faltou oxigênio no Amazonas? O Pazuello estava lá, foi avisado. A vacina da Pfizer que eles não compraram em agosto e podiam ter comprado; a vacina que diziam que era comunista, a vacina da China, que o Pazuello comprou e o presidente Bolsonaro mandou desfazer o negócio. Então todo esse cenário nós temos que trazer a tona, passar a limpo. Se tivéssemos feito antes essa CPI, talvez a tragédia não fosse tão grande quanto é agora”, analisou o parlamentar.
Para Carlos Lupi, a investigação que se inicia precisa constatar o que está posto. Exaltado pela gravidade do problema brasileiro, o presidente nacional do PDT descreveu o presidente da República como assassino. “Desculpe Martha, desculpe Pompeo, mas é um assassino. Porque quem se omite criminosamente, quem não segue a ciência, não faz distanciamento, não usa máscara, quem não faz a vacina chegar ao povo é responsável, sim, pela morte de 340 mil brasileiros”, desabafou.
Confira a íntegra do Café com Lupi deste sábado.