“Está na antessala de cair porque é um genocida”, garante o presidenciável pelo PDT
A criação do comitê anti-Covid pelo governo federal, nessa quarta-feira (24), foi classificada por Ciro Gomes, do PDT, como uma ação emergencial de aliados do presidente da República diante da crise nacional e do possível impeachment. “A base do Bolsonaro sentiu e resolveu tentar interditá-lo”, afirmou o ex-governador do Ceará e presidenciável, em 2022, durante entrevista para José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.
“Essa reunião é importante, sim, muito. Mas disso aí não vai sair nada. Já vi esse filme na véspera do Collor e da Dilma cair. Bolsonaro está na antessala de cair porque é um genocida, assassino, irresponsável e incompetente”, comentou, ao completar: “Estão sabendo que a coisa degringolou mesmo. Chegou no limite.”
A inoperância da iniciativa foi sustentada por Ciro ao mencionar a ausência de representantes que não compactuam com as ideias e ações bolsonaristas.
“Os governadores não foram chamados para essa reunião, isso é mentira. Ele só chamou os mais simpáticos a ele. João Doria (SP) e Camilo Santana (CE), por exemplo, não estiveram. Ele não está interessado em abrir um diálogo. Isso é só politicagem”, condenou.
Mudanças
Ao cobrar unidade em prol da vacinação em massa e do lockdown ordenado, bem como o desestímulo ao tratamento precoce contra o coronavírus, o pedetista apontou trocas representativas para a reconstrução da decisiva diplomacia.
“Primeiro, é preciso unificar claramente o discurso de que só a vacina salva e encerrar o grande erro de prescrever remédio como um charlatão. Bolsonaro ainda fala em tratamento precoce. Isso não existe”, comentou.
“Agora, o Brasil não tem vacina. Para que ela chegue, precisamos da comunidade internacional. Portanto, amanhã esse comitê anti-covid tem que pedir ao presidente que demita o canalha que ocupa o Ministério das Relações Exteriores e o canalha que ocupa o Ministério do Meio Ambiente, que estão prejudicando o país muito gravemente. Assim a comunidade internacional pode assumir um compromisso e nos tirar do último lugar da fila”, acrescentou.
Sobre o distanciamento social, Ciro indicou ainda que quanto mais radical, mais breve será o período demandado. Mas, segundo ele, as intervenções públicas precisam conter programas efetivos de transferência de renda.
“Desculpa, sei que isso não é bom para ninguém. Chega a ser cruel pedir para um desempregado ou autônomo para que fique em casa. Ele vai comer como? (…) O socorro que o governo assinou é de R$ 150. Pode chegar a R$ 375 para uma mãe com vários filhos. Ora, abril vai ser o pior mês da pandemia. Nós sabemos das coisas”, relatou, ao defender R$ 600 para cada família sobreviver até termos 80% da imunização.