Posicionamento pedetista ocorreu durante debate virtual promovido pelo Observatório da Democracia
O protagonismo feminino na formação de uma frente progressista contra Bolsonaro baseou a participação da vice-presidente nacional do PDT e presidente da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Miguelina Vecchio, na conferência virtual “A presença e a participação das mulheres para conquistar a democracia”, que foi promovida pelo Observatório da Democracia nessa sexta-feira (12).
No encontro do fórum das fundações Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (PDT); Astrojildo Pereira (Cidadania); Lauro Campos e Marielle Franco (PSOL); João Mangabeira (PSB); Maurício Grabois (PCdoB); da Ordem Social (PROS), Perseu Abramo (PT) e Claudio Campos, Miguelina apontou para a aproximação das representações políticas progressistas na promoção de um enfrentamento efetivo do bolsonarismo e do atrelado projeto de poder baseado em opressão, preconceito e reacionarismo.
“A gente tem que sair do campo do discurso e começar a fazer, realmente, uma frente importante de partidos de esquerda e centro-esquerda porque, senão, ele vai se reeleger”, analisa, com ressonância na necessária mudança do perfil de representações retrógradas no Congresso Nacional. “Como pode alguém (Bia Kicis) ser presidente da Comissão de Constituição e Justiça (da Câmara) com essas características?”
A atividade contou ainda com contribuições da senadora Zenaide Maia (PROS-RN); das deputadas federais Lídice da Mata (PSB-BA) e Benedita da Silva (PT-RJ); da socióloga Ana Prestes (PCdoB); da ex-presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, Márcia Campos; da integrante da Frente Povo Sem Medo, Bernadete Menezes, e da professora Jane Neves (Cidadania).
Trágica realidade
Ao longo do debate, Miguelina contextualizou o cenário existente na sociedade brasileira ao citar o maior número de mulheres em duas áreas fortemente precarizadas, inclusive pela crise do Covid-19: saúde e educação.
“Se a pandemia é ruim para todo mundo, para nós é bem pior. Somos a maioria das frentes de trabalho na saúde e a maioria esmagadora na área de educação, que está extremamente maltratada por esse governo (federal)”, relata, ao condenar as ações de Bolsonaro para combate ao vírus, incluindo o atraso na compra de vacinas.
Além do impacto na rotina de trabalho, a pedetista também alertou para a proporção de mulheres na composição dos índices de desempregados em todo o Brasil. Segundo ela, o mercado mantém a lógica excludente e promove, portanto, a preferência masculina.
“Estão em casa, pois foram as primeiras a perder o emprego. É muito comum, nesse país, porque é a lógica do capital. Se a mulher vai faltar mais – porque ela vai cuidar dos filhos –, é melhor ter um homem, pois ele falta menos”, afirmou, pontuando ainda a consequente exposição à fome e à violência doméstica.
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