Há 5 anos, o líder trabalhista recebia a honraria do Estado brasileiro
Herói nacional, assim Brizola é reconhecido oficialmente pelo Estado brasileiro desde 2015 quando teve o nome incluído no livro Heróis da Pátria. A honraria é dedicada aos brasileiros e as brasileiras que foram fundamentais para defesa e a construção da história nacional. No caso do líder trabalhista, essa contribuição é incontestável e extensa.
A lei que inclui Brizola no livro foi aprovada pelo Senado e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em 2015. No dia 29 de dezembro daquele ano, a medida foi publicada no Diário Oficial. O nome do pedetista figura ao lado de outros como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I e a revolucionária Anita Garibaldi.
O Livro Heróis da Pátria foi criado no dia 7 de setembro de 1989. Feito de aço, ele possui apenas 10 páginas, contém o nome de 52 heróis nacionais e é mantido dentro do Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Herói nacional
Leonel de Moura Brizola nasceu em Carazinho (RS), em 1922, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2004. Sua trajetória política inteiramente voltada para a defesa dos interesses nacionais e dos trabalhadores é o que justifica a homenagem concedida há 5 anos. A militância do gaúcho teve início no PTB, ainda na Era Vargas, e se concluiu no PDT, partindo fundado por ele durante na redemocratização do Brasil, em 1980.
Leonel Brizola foi o único político eleito democraticamente para governar dois estados diferentes, em toda a história do país: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A busca por justiça social e a defesa ferrenha dos Direitos Humanos fizeram da educação o pilar central das administrações brizolistas, sendo o seu principal fruto os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps).
Durante os anos de chumbo, o trabalhista gaúcho viveu o mais longo exílio da histórica nacional: 15 anos. Brizola foi considerado o maior inimigo da ditadura militar brasileira – a qual combatia – e foi duramente perseguido pelos militares. Por isso, enquanto esteve exilado, migrou de um país a outro, passando por Uruguai, Estados Unidos e Portugal.
Brizola era um político altamente combativo e intransigente na defesa dos interesses nacionais. Um marco na democracia brasileira, a Campanha da Legalidade foi liderada por ele, em 1961, para impedir um golpe de Estado que se iniciava contra o presidente constitucional João Goulart. Encampado no Palácio do Piratini (RS), o líder trabalhista usou as rádios para transmitir discursos contra os golpistas.
As palavras que proferiu ao negar encontrar-se com militares, antes de um iminente ataque ao palácio, reuniram cerca de 50 mil pessoas na Praça da Matriz, em Porto Alegre (RS):
“Não nos submeteremos a nenhum golpe. Que nos esmaguem. Que nos destruam. Que nos chacinem nesse palácio. Chacinado estará o Brasil com a imposição de uma ditadura contra a vontade de seu povo. Esta rádio será silenciada. O certo é que não será silenciada sem balas. Resistiremos até o fim”, disse Brizola em transmissão. A Campanha da Legalidade adiou o golpe militar até 1964.