Um certo dia no final de 1994, o então Senador por São Paulo e recém-eleito Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso estava discursando na tribuna do Senado e disse que, “quando assumisse a Presidência da República, acabaria a Era Vargas”. Muito presunçoso o grão tucano, embora gozasse de prestígio em virtude do Plano Real que o conduzira ao Planalto.
Porém, uma coisa nos intriga, ou melhor, uma personalidade. Getúlio Dornelles Vargas.
Por que essa figura que causa tantas reações 66 anos após o seu sacrifício com uma bala no coração? Por que alguns usam o seu legado como bandeira de luta e outros utilizam-se do mesmo legado para tentar destruí-lo?
Getúlio Vargas é a maior expressão daquilo que chamamos de Trabalhismo Brasileiro. Seus governos, duramente atacados por seus adversários apeados por ele do poder e altamente amparados e apoiados pelo povo, mostram a verdadeira transformação de um Brasil rural, dominado pelas elites, para um Brasil urbano, que aspirava ser uma democracia plena e com justiça social em nossa América.
Durante os seus governos, o Brasil teve um protagonismo diferenciado como até então nunca teve. Antes de Getúlio, nossa diplomacia era vista como “pacificamente submissa, dependente das grandes nações que compravam os nossos produtos, em especial, o café”. Mas Getúlio mudou isso fazendo o mundo olhar para “aquele país que fala português na América do Sul, que a sua capital não é Buenos Aires”.
Seus maiores críticos o chamavam de “demagogo sem escrúpulos, de inimigo da democracia, de ditador, etc”. Seus apoiadores, o chamavam de “Pai dos Pobres”.
Ouso dizer que, o legado de Vargas é mais forte e sólido do que o seu próprio nome. Vargas construiu as bases de um Brasil moderno. JK não teria feito a industrialização se Getúlio não tivesse implantado as siderúrgicas e incentivado as primeiras incursões da indústria petroquímica. Jango não teria dado o aumento de 100% do salário-mínimo se Getúlio não tivesse implantado a legislação trabalhista, que foi destruída por Temer e enterrada por Bolsonaro e Paulo Guedes agora. Não teríamos a pujança do Pré-Sal sem que Getúlio criasse a Petrobrás e ter estabelecido o monopólio estatal na exploração de petróleo.
Tudo isso nos mostra a atualidade do pensamento varguista sintetizado por Alberto Pasqualini e nos legados através de Jango, Darcy, Abdias, Doutel e Brizola. NUNCA O TRABALHISMO FOI TÃO ATUAL e hoje com Ciro Gomes podemos ter não um “Novo Trabalhismo”, mas a reafirmação dos valores preconizados por Getúlio Vargas no nacionalismo, no desenvolvimentismo soberano e estratégico e na solução dos problemas nacionais que nos conduzem ao atraso.
Isso reafirma a obra de Getúlio Vargas e seu legado, tão atacado mas nunca superado, por isso que nós trabalhistas temos que bradar em alta voz que: “GETÚLIO VARGAS É O CONSTRUTOR DO BRASIL MODERNO”
*Marcelo Barros é membro do Diretório Nacional do PDT pelo Amazonas