“Bolsonaro será responsabilizado por permitir esse caos. Não vai nos dizimar”, projeta Rafael Weree
Pelos números oficiais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, 25 xavantes mortos por Covid-19 e 275 casos suspeitos e confirmados. Na contagem dos moradores das aldeias, a marca de óbitos é muito maior: 39. Com números alarmantes e divergentes, é possível projetar o cenário de caos que aumenta diariamente nas aldeias de Mato Grosso, principalmente diante do avanço da pandemia para o interior do Brasil.
Justamente na data (17/7) que marca os 18 anos do falecimento do cacique Mário Juruna, primeiro e único deputado federal indígena do País, o presidente nacional do Movimento Indígena do PDT (MOVI-PDT), Rafael Weree, decidiu intensificar a campanha SOS Xavante para angariar fundos e doações, que pode ser feita clicando aqui (https://www.captar.info/campanha/sosxavante).
“Como sempre, temos que buscar a nossa salvação e Juruna segue como inspiração para renovar nossas forças. Diante do seu simbolismo, contamos com o apoio do povo brasileiro nessa mobilização para disponibilizar suporte e recursos aos xavantes. Não adianta esperar o poder público, pois são vidas que estão indo embora a cada dia”, relatou Weree, ao citar sua participação no programa ‘Café com Lupi’ neste sábado (18), às 10h, no Facebook (facebook.com/pdt.org.br) e Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCcOcKrbS3dM0vVp78MTTZ1A) do PDT nacional.
Negligência
Para a liderança do partido de Leonel Brizola, a situação foi potencializada pela omissão do governo federal, que tem a obrigação de fornecer todo o respaldo através da SESAI, mas negligencia tais direitos constitucionais ao permitir a proliferação do vírus sem estabelecer rotinas para conter o contágio e a mortalidade.
“O governo Bolsonaro é uma máquina de matar índios. Não é algo ocasional, pois é perceptível que existe uma omissão coordenada para desembocar nesse acúmulo de vítimas. Eles estão inoperantes, desmobilizados e desarticulados, mas não vão nos dizimar. Seguiremos resistindo e denunciando para o mundo”, acrescenta.
A realidade negativa perdura, segundo ele, mesmo com a exigência da adoção, nas últimas semanas, de uma série de medidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) via Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 709 – impetrada pelo PDT em conjunto com Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e outros partidos –, bem como a aprovação de Projeto de Lei (PL) 1.142/2020 no Senado.