Debate virtual mobilizou lideranças de Santa Catarina do campo popular
Os fascistas jamais nos intimidarão. Mostraremos cada vez mais resistência”, garantiu o secretário-geral nacional do PDT, Manoel Dias, que criticou os retrocessos do governo Bolsonaro durante o debate virtual, nesta quinta-feira (28), com lideranças de Santa Catarina que unem o movimento ‘Janelas pela Democracia: #ImpeachmentJá’. A inciativa é resultado de uma ação conjunta dos pedetistas com a REDE, PSB, Cidadania e PV.
O encontro, transmitido pelas redes sociais das siglas, contou com as participações do deputado estadual, Rodrigo Minotto (PDT), dos presidentes do PSB no estado e em Florianópolis, o ex-deputado federal, Claudio Vignatti, e Gelson Albuquerque, respectivamente; do presidente do Partido Verde catarinense, Guaraci Fagundes; e do presidente da Rede Sustentabilidade na capital, João de Deus.
Dias, que também é presidente estadual da sigla fundada por Leonel Brizola, reforçou a mobilização para impedir a ampliação da instabilidade democrática e dos retrocessos nos campos social e econômico.
“O que está em jogo não é só a democracia, mas também a liberdade. Os fascistas querem, através do medo, impor a limitação das forças que respeitam os princípios constitucionais. Mas eu aviso: já superamos a ditadura militar, de 64, e tantas outras batalhas. Não será o bolsonarismo que vai nos retirar da defesa do povo brasileiro”, garantiu.
Para Rodrigo Minotto, se não bastasse a crise na saúde pública, ainda está sem controle o caos político e institucional. O parlamentar alega que o presidente Jair Bolsonaro mostra uma falta de equilíbrio para conduzir o Brasil e acaba estimulando ações de grupos antidemocráticos.
“Considerando as diferenças ideológicas, que devem ser respeitadas, nós precisamos proteger a nossa democracia. Acredito na união de pessoas que pensam, realmente, no país”, disse, ao completar: “O debate plural, dentro do nosso campo, permite a construção não só de uma Santa Catarina melhor, mas também da nossa nação”.
Integração
Lembrando dos 40 anos do PDT, Dias ratificou o posicionamento do deputado ao indicar que a articulação em nível nacional está ecoando na capital catarinense e demais regiões do estado.
“Santa Catarina vai mostrar toda sua coragem. E as eleições indicam um exemplo para ratificar isso. Construiremos, unidos, propostas para priorizar a população mais humilde e garantir, portanto, a justiça social. É essencial o olhar para os mais desprotegidos, pois o drama da pandemia só potencializou os impactos negativos acumulados nos últimos anos”, comentou.
Ao citar o livro “O Povo Brasileiro”, de Darcy Ribeiro, Guaraci Fagundes defendeu a diversidade nacional e, a partir da pluralidade dos povos e das regiões, a preservação dos direitos constitucionais. Sobre a política ambiental, ele repercutiu o posicionamento ministerial divulgado pelo STF.
“Com um grupo de irresponsáveis, em uma reunião ministerial inimaginável, o governo mostra algo extremamente complexo. O nosso adversário está com o poder na mão e não respeita o país, muito menos o cidadão, diante da polarização.
Na avaliação da realidade nacional, Claudio Vignatti relata que “Bolsonaro se alinha ao que há de pior na sociedade”. “A gente pode ver governos que divergem na política, mas os desmandos do presidente que observamos, atualmente, são inaceitáveis. As atrocidades dão base para o afastamento dele, principalmente nas áreas de saúde e do meio ambiente”, alertou.
“O governo federal está falhando, além de tentar destruir o sistema de saúde. O ministério está sendo gerido por militares, que acumularão todo o impacto do caos da pandemia”, contextualizou Gelson Albuquerque, ao criticar a ineficiência do poder executivo na condução do combate ao coronavírus.
Sobre a instabilidade oriunda de Brasília, o representante do PSB foi enfático: “Nós, que lutamos contra a ditadura militar, sabemos dos prejuízos e, portanto, não podemos desistir do Brasil. Devemos combater os abusos do governo Bolsonaro. Há um golpe orquestrado e ventilado, inclusive, pelos filhos do presidente. Os crimes de responsabilidade já estão postos. Agora, a questão é política”.
Ao resgatar o Dia da Mata Atlântica, na data de ontem (27), João de Deus elencou crimes avalizados pelo governo federal e sinalizou a urgência do impedimento do presidente.
“Desmatamento, mineração ilegal e grilagem com o aval e participação explícita do governo. Por isso, devemos cobrar a responsabilização do Executivo”, relatou, ao concluir: “As falas anteriores dão a dimensão da ameaça de retrocesso civilizatório alimentado por Bolsonaro, que ameaça tudo o que construímos desde a reabertura democrática. É fundamental a capacidade de articulação das forças democráticas para frear esse grupo da administração pública. O Brasil não merece isso”, analisou.
Iniciativa
O ‘Janelas pela Democracia: #ImpeachmentJá’ reúne dirigentes e militantes de partidos, bem como intelectuais, artistas e lideranças políticas, de todo o país, em defesa da democracia e da consolidação dos mais de 30 pedidos de impedimento do presidente na Câmara dos Deputados, sendo o primeiro deles protocolado pelo PDT.