O PDT Axé foi oficializado durante a última reunião do Diretório Nacional, no dia 22 de novembro, no Rio de Janeiro. Criado para atuar em favor dos povos tradicionais de matriz africana, o novo movimento da legenda trabalhista tem como presidente nacional Marcelo Monteiro e conta com nove comissões regionais provisórias.
Diferente do Movimento Negro que atua exclusivamente em defesa da população da raça no país, o PDT Axé destina-se a agir em pautas que envolvam quaisquer atores identificados com a cultura de matriz africana, os povos de Axé. Como é habitual da legenda, a iniciativa é vanguardista dentro do universo partidário brasileiro.
“O movimento PDT Axé tem um papel importantíssimo pelo seu pioneirismo em defender um setor da sociedade que carece de representação. Os povos de axé sofrem ataques o tempo topo, principalmente em um momento em que a democracia no país está ameaçada e a laicidade do Estado já não existe. Então é preciso um instrumento que defenda essa população formada por pessoas de diferentes raças e cores, mas que convergem na ancestralidade cultural”, explica Marcelo.
Apesar de oficializado no último mês, o PDT Axé foi criado em 2017 e, em outubro daquele ano, publicou sua carta manifesto. Leia o documento abaixo.
CARTA MANIFESTO
Não basta ser de Axé.
A sociedade brasileira passa por uma crise das mais difíceis de sua história. Não só pelo atraso econômico, mas, principalmente, pela saída que as elites oligárquicas apontam como solução unilateral para essa crise: a política de “ave de rapina” implementada que visa responsabilizar e punir os trabalhadores e os setores menos favorecidos pelo capitalismo, furtando-lhes Direitos conquistados em décadas de lutas.
Diante deste quadro, e pela crescente campanha de violências, inclusive religiosa, que já se transformou em atos de selvageria – com Terreiros incendiados, Sacerdotes e Sacerdotisas expulsos de seus espaços sagrados e até mesmo assassinados – nós, militantes do PDT, decidimos criar o PDT AXÉ como organização para enfrentar, de forma sistemática e democrática, os ataques que as religiões e a cultura de matriz africana têm sofrido.
Afirmamos ainda nossa posição firme e resoluta no combate ao RACISMO e a qualquer forma de discriminação, aglutinando e buscando orientar, qualificar e capacitar o nosso povo através de núcleos nos espaços residenciais, profissionais, religiosos e culturais. No entanto, compreendemos que a luta que travamos só será vencida a partir de uma perspectiva amplamente democrática e progressista, visando a conquista de uma sociedade igualitária, com oportunidades reais para homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, que garanta a todos – como política de Estado e não de Governo – o pleno emprego, a Educação, a Saúde, a Segurança Pública, o bem-estar coletivo e o fim do racismo.
Salve o PDT!
Axé para todas e todos!