“Nós somos pretas. Nós somos pretos. E vamos brigar por nossos direitos em todos os sentidos”

Uma das falas mais aplaudidas durante o I Seminário Estadual de Vereadoras e Vereadores Trabalhistas foi a da representante do PDT Negro, Ya Roseli dos Santos, que falou sobre a luta pelo respeito à cultura e à religião afro-brasileira.

Apesar de ser filiada ao PDT desde 2006, Ya Roseli observa que é iniciante na política partidária. “Eu entendo mesmo é de gente. Em toda a minha vida, a minha primeira profissão sempre foi Yalorixá. Então, de gente eu entendo”.

A busca pele respeito e fez de Ya uma incansável lutadora. “Minha primeira formação é Yalorixá, sou funcionária pública, trabalho na Vigilância Sanitária em Paranaguá. Sou acadêmica em Pedagogia e também sou tecnóloga em Radiologia. Tudo isso foi necessário para eu conhecer os códigos ocidentais e entender de que forma eu poderia fazer para que a minha cultura e a minha religião fossem respeitadas. Para não dizer que é religião de quem não tem cultura, de quem não tem conhecimento, de quem não tem formação. Então, tive que fazer tudo isso para mostrar para as próximas Yalorixás, e para todos aqueles que fazem parte do culto, para que tenham respeito e orgulho do que abraçam”, relatou Ya Roseli.

E nessa luta por respeito, Ya Roseli viu no PDT um aliado que lhe proporciona ser uma voz dentro da sua cultura e religião. “Nós todos nos orientamos através de um oráculo. E um deles me indicou essa sigla. Então eu vou respeitá-la enquanto ela tiver respeito por nós e vou fazer tudo o que puder para minha gente preta. Porque nós somos pretas. Nós somos pretos. E nós vamos brigar por nossos direitos em todos os sentidos. E eu sei que o PDT tem esse viés. E foi isso que me trouxe até aqui. Porque antes de qualquer coisa eu sou militante. Posso não entender muito de política, mas de militância eu entendo. Porque sendo preta e macumbeira dentro deste país, precisa ter muita força”, frisou.

Por fim, Ya Roseli agradeceu ao presidente do PDT Negro, Ivan Camargo, que lhe abriu o espaço para representar o movimento. “Ele que entendeu que a mulher é a fonte geradora e, portanto, nos deu esta oportunidade de falar neste espaço”, observou.