O caminho para o desenvolvimento é pela Educação


Por Wellington Penalva
26/09/2019

O sucesso das escolas que aderiram ao regime em tempo integral em Goiânia (Goiás) foi destaque no jornal O Estado de S. Paulo, nesta quarta-feira (25). De acordo com o veículo, a melhoria nos indicadores das instituições foi estrondosa. Somente a taxa de reprovação e abandono da Escola Estadual Professor Pedro Gomes, por exemplo, caiu de 30% para 0,5%, após a mudança.

A reportagem também ressaltou um estudo feito pelo Instituto Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) apontando que “das 5.042 escolas do país que atendem estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo, apenas 100 obtiveram índices educacionais – em avaliações oficiais do Ministério da Educação – considerados satisfatórios, sendo que 82 delas atendem em período integral”.

Surgindo como uma novidade – afinal, é notícia, a eficiência desse modelo de educação é defendida pelo PDT há décadas. Para quem ouviu falar no Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) – fundando no primeiro governo Brizola (1983-1987) no Rio de Janeiro e idealizado por Darcy Ribeiro, com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer – sabe que uma das diretrizes do partido defende a emancipação do povo por meio da educação como ponto primordial para a consolidação do projeto de nação.

Mas o projeto dos Cieps de Brizola e Darcy já havia tido seu laboratório no Rio Grande do Sul. Quando Brizola assumiu a governadoria do Estado, no início dos anos 60, colocou em prática aquele que seria o maior projeto educacional do país: as Brizoletas. Foram construídas, principalmente no interior do Estado, 4,8 mil escolas. Para se ter ideia da grandeza do projeto, em 1962, o número de novas matrículas no estado foi da ordem de 526 mil, e o número de professores contratados pelo Estado saltou de 8 mil para 22 mil em um ano. O projeto veio acompanhado do seguinte slogan: “Nenhuma Criança Sem Escola no Rio Grande do Sul”.

A declaração da professora Laurinda Barbosa, integrante da Secretaria Municipal de Educação do Rio, na época da implantação dos Cieps, à Carta Capital, explica bem o projeto. “Toda a proposta curricular visava a educação integral. O homem na sua integralidade, de sentimentos, afetos e cognição. Procurava-se também a integração dos conhecimentos. Havia uma parte da grade voltada para artes e esportes, além de estudo dirigido, para que os alunos que tivessem dificuldades as vencessem”. Os Brizolões, como também são conhecidos, acabaram sucateados pelos governos seguintes.

O projeto pedetista para a educação manteve-se coerente. No passado, o então candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT-CE) ratificou a posição trabalhista nessa área vital para o desenvolvimento do País. O Ceará, seu berço político e estado do qual foi governador e prefeito da capital, tem excelentes resultados no ensino: 77 das 100 melhores escolas básicas estão por lá, segundo o IDEB; o melhor ensino fundamental do país está no município cearense de Sobral; e um terço das escolas oferece ensino em tempo integral.

Para azar dos brasileiros, a política educacional atual por uma crise de investimento. O ministro da Educação dedicado ao povo não poderia ser pior. Com comportamento pueril, Weintraub é capaz de declarações como: “Desespero na UNE! Fim da mamata! Mas, tenham compaixão. Enviem sugestões para a UNE sair dessa (comuna adora grana/vida fácil). Segue a minha: ARTESANATO. Grupos de trabalho (experiência nova) fariam cachimbos de epóxi decorados (duendes, dragões). Mas não podem testar antes”.

 

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