“Não podemos ser massa de manobra para interesses imperialistas”
O deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT-MG) defende autonomia da Venezuela para conduzir e solucionar a crise política. O parlamentar, presidente do PDT de Minas, acredita que o papel do Brasil no conflito deve ser de intermediar uma solução pacífica, como tradicionalmente atua nas relações internacionais, especialmente com países da América Latina.
“O Brasil sempre fez e fará, espero que continue fazendo, soluções pacíficas e políticas. Eu recomento que o Brasil continue assim. Nós não precisamos entrar numa guerra que não é nossa e que também não vai levar a uma solução boa. O Brasil tem que fazer o que sempre fez na sua diplomacia, intermediação para solução de conflito de maneira pacífica”, defende o deputado federal, Segundo-Secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Em participação no Programa Panorama Internacional, da Rádio Educativa Autêntica, Favela FM, de Belo Horizonte, Dr. Mário ressalta ser importante não se deixar levar por interesses de terceiros.
“O Brasil não deve se deixar ser usado pelo grande imperialismo dos Estados Unidos. O petróleo já tá mais que descoberto na Venezuela. Ali tem petróleo a ser usado e nós temos que tomar muito cuidado com o que estamos fazendo. Não podemos ser massa de manobra para interesses imperialistas”, alerta Dr. Mário Heringer.
O deputado federal ainda se manifesta a favor de ajuda humanitária ao país vizinho, entretanto, pontua que a Venezuela vive em um regime deteriorado. Por causa disso, lembrou, muitos venezuelanos buscam novas oportunidades no Brasil, com uma migração sem precedentes.
“Os venezuelanos buscam esperança, felicidade e sobrevivência no Brasil. Precisamos prestar ajuda humanitária”.
A crise venezuelana
A Venezuela é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e a crise econômica ganhou fôlego com a queda do preço do barril de petróleo. Para se ter uma ideia, o litro da gasolina na fronteira da Venezuela com o Brasil chega a custar R$ 0,10 hoje em dia. Enquanto a oferta de combustível é farta e o preço baixo, venezuelanos não tem itens de primeira necessidade, tais como comida e água.
“A Venezuela precisa ser respeitada na sua autonomia, mas, infelizmente, o governo do Maduro já caiu de Maduro”, avalia o presidente do PDT de Minas.