Durante a sessão dessa terça-feira (26), o deputado estadual Marcelo Santos, presidente da Comissão de Petróleo e Gás da Assembleia Legislativa, cobrou respostas da Petrobras sobre o vazamento de óleo na plataforma P-58, na região do Parque das Baleias, localizada a 80 quilômetros da costa no litoral sul do Espírito Santo.
De acordo com o parlamentar, a petrolífera não se pronunciou sobre o paradeiro do óleo, que, segundo a mesma, não estaria mais no mar, com respostas vazias e sem comprovação de resolução do caso.
O vazamento ocorreu no último sábado (23), durante uma operação de transferência de óleo da plataforma P-58 para o navio aliviador São Sebastião. Ao todo, foram despejados 260 mil litros de óleo no mar, quantidade suficiente para causar danos graves ao ser humano e as espécies marinhas.
“Estamos falando da terceira maior plataforma do país. Tanto a Petrobras quanto o Ibama informaram que fizeram sobrevoos no local e vistorias in loco mas, até agora, não vimos qualquer imagem, foto ou vídeo do local. Apenas a Petrobras informou estar fazendo uma dispersão mecânica do óleo e que este teria desaparecido do mar”, comentou o deputado.
“Todos nós sabemos que água e óleo não se misturam. Como pode uma quantidade dessa ter desaparecido do mar?”, questionou Marcelo.
O deputado questionou a petrolífera sobre os impactos ocasionados pelo derramamento de óleo, já que nada foi apresentado até o momento.
“Não podemos permitir que o derramamento dessas substâncias fique impune, sem acompanhamento e sem os devidos esclarecimentos. Vamos oficiar o gerente da unidade da Petrobras do estado, cobrando informações detalhadas do caso, das ações tomadas pela estatal e o resultado disso tudo, e já adianto que, a depender do que for apresentado ou se nada for respondido, não hesitaremos em representar no Ministério Público Federal para que sejam tomadas as medidas cabíveis”.
Marcelo também relembrou o caso do navio-plataforma Cidade de São Mateus que explodiu em 2015, deixando nove pessoas mortas e 26 feridas. Segundo ele, essa tragédia poderia ter sido evitada, pois, de acordo com laudos, houve uma sucessão de erros decorrentes de falhas técnicas, de procedimentos e de tomada de decisões que resultou na explosão.
“Temos casos recentes de tragédias que poderiam ser evitadas com ações preventivas de manutenção com viadutos desabando ou ainda o Terminal de Itaparica interditado, assim como os laudos apontaram no incidente do navio Cidade de São Mateus. Não podemos permitir que ‘acidentes’ sigam acontecendo sem um acompanhamento de toda a sociedade”, finalizou.