Somos quase nove milhões de cearenses. Do sertão ao litoral, em seus 184 municípios, o Ceará, por mais que tenha avançado em políticas de geração de emprego e renda, não consegue segurar o êxodo em direção à capital ou Região Metropolitana de Fortaleza.
A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) – com seus 19 municípios – possui aproximadamente 4 milhões de habitantes. Ou seja, mais da metade da população nasce e cresce nas outras 165 pequenas e médias cidades do interior. É por este motivo que devemos, como Estado e como gestores, olhar para esses municípios e enxergar seus diferentes problemas e potencialidades.
Grande parte do nosso interior é feito de cidades menores, mais pobres, com baixos índices de qualidade de vida. E tudo isso contribui para uma condição de vida dificultada, seja no acesso à eletricidade, água, escolas de qualidade, saúde, ao esporte e ao lazer.
É inegável o trabalho que já vem sendo feito: o Ceará é pioneiro em referência na questão da saúde e educação do Brasil, recordista na questão de investimento, eficiente na gestão fiscal. Mas essas conquistas não alcançam a todos. Precisamos de políticas públicas efetivas para fazer com que o social avance, a industrialização chegue, o desenvolvimento na agropecuária prospere, e novas oportunidades de negócios surjam para proporcionar emprego e renda, principalmente para a juventude do interior.
Ao jovem do interior já foi dada a oportunidade de estudar em tempo integral, com curso técnico, e até concluir uma faculdade, mas quando conclui esses objetivos se vê estagnado sem oportunidade e a única saída que enxerga é o êxodo. Para isso, eu acredito muito no empreendedorismo, e o Estado precisa incentivar essas oportunidades que podem vir por meio do serviço, do comércio, do terceiro setor.
O objetivo é poder oferecer novas oportunidades e fixar cada vez mais essas pessoas onde nasceram, onde estão os pais, avós, familiares e amigos, no lugar onde gostariam de ficar e edificar suas famílias. O resultado será muito maior do que uma política pública para geração de emprego e renda. Será oferecer ao povo cearense interiorano, depois de sujeitado a partir, o direito de permanecer.