O balanço do ano de 2018 é possível constatar que os 365 dias que se arrastaram entre um raio de sol e outro de forma modorrenta. O que virá depois? Já no início de 2019 vemos que o mundo ainda está olhando com desconfiança para o Brasil.
A lista de exigências para que o Brasil retome a confiança dos investidores internacionais ainda está longe de ser cumprida. O desafio da eleição passou mais agora vem a necessária e tão debatida reforma fiscal, seja ela através da reforma previdenciária ou na apresentação de medidas de cortes para redução da máquina pública.
Se o cenário nacional é incerto na política e na economia, o setor agro tem marcado presença destacada com a nova ministra da agricultura, Tereza Cristina, com ótima folha de serviço prestado e muito saber do setor.
A questão parece bem mais sombria quando o tema “agro” se volta para o estado que representa 30% da produção nacional de soja e milho. Onde devemos refletir e, claro, dialogar cada dia mais o papel deste segmento em Mato Grosso.
Taxar, sobretaxar e impor imposto parece ser a tônica quando a criatividade oscila e o enxugamento da máquina se faz necessário. A questão é tão simples quanto complexa. Simples porque o agro não foi o responsável pelo deficit no caixa do governo do estado. Complexa, porque analisar as contas do governo, do agro e os impostos, é conversa pra mais de metro. Junto com a taxação vem o preconceito. O assunto está nas páginas da mídia nacional. Resultado imediato: arrasa com o ambiente de negócios em Mato Grosso. A impressão lá fora é a de que aqui não há segurança jurídica pros negócios.
Um novo imposto resolverá, no curto prazo, as contas atuais. Se não houver cortes e pesado planejamento governamental tudo cairá por terra em poucos meses e, de novo, se falará em taxações de outros setores. Já se começou a citar o setor de algodão. Prorrogar o Fethab 2 (do óleo diesel)? Criar o Fethab 3? Lenta e constantemente cria-se na sociedade um preconceito muito errado contra quem produz em Mato Grosso.
As questões do estado se separam em duas vertentes bem definidas neste início de governo. Dinheiro novo e imediato para cobrir o rombo aliado a um política de médio e longo prazo para que Mato Grosso volte a ser um mercado atraente e propício para o negócio. A caça as bruxas das revisões de concessões de incentivos promovidas na gestão que se apaga, tornou investimentos e negócios nessas bandas algo volátil. É preciso repensar a estratégia.
Cabeças iluminadas já acharam a fórmula para o médio e longo prazo. Políticas industriais para dar sustentação à economia. Agregação de valor à produção primária de madeira, de grãos, de carne e de fibras. Bingo!
Esses fatores somados a um brutal enxugamento da máquina soluciona nosso futuro, mas e o presente? E o tal dinheiro novo? Como se pretende, em mais taxações de setores produtivos, em especial, o agro não resolverá os problemas, mas um efeito é certo. Vai enlamear de vez o ambiente de negócios do estado.
*Renata Viana é advogada, consultora política associada à Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop) e presidente estadual da Ação da Mulher Trabalhista (AMT-MT)