Assis do Couto aponta desafios a serem vencidos pela economia solidária


Ascom deputado Assis do Couto
18/05/2018

Como a economia solidária vai se articular frente ao sistema financeiro nacional e frente ao sistema agroalimentar hegemônico no país? Estes foram os dois questionamentos feitos pelo deputado federal Assis do Couto (PDT-PR) durante o seminário promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Economia Solidária e da Economia Criativa na Câmara dos Deputados.

Realizado na última quarta-feira (16), o evento reuniu parlamentares e representantes de cooperativas, que pediram o avanço de propostas que fortaleçam a economia solidária no Brasil. Na ocasião, a União Nacional das Organizações Cooperativas Solidárias (Unicopas) lançou a plataforma política “Por um Brasil colaborativo e solidário”.

Para Assis do Couto, a concentração agroalimentar tem a mesma trajetória da concentração bancária. “Temos duas pautas fundamentais: como a economia solidária, esses que não cabem no sistema financeiro nacional, da especulação e do rentismo, da concentração cada vez maior e da exploração do dinheiro pelo dinheiro, vai se articular? E como os camponeses, o povo do campo, da agricultura familiar, da reforma agrária, que não cabem nesse sistema agroalimentar que se diz hegemônico no país, vai sobreviver, qual é a sua estratégia, qual é a sua agenda?”.

Um dos fundadores do Sistema Cresol (Sistema de Cooperativas de Crédito Rural Solidário), o qual presidiu por 10 anos, Assis falou também dos desafios a serem vencidos pela economia solidária frente ao cenário político que se desenha.

“Criamos o Sistema Cresol no momento mais agudo do neoliberalismo brasileiro, no maior movimento de privatização do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso], para se contrapor ao sistema hegemônico de crédito. Vivemos na resistência até 2002 quando foi eleito um governo democrático e popular. Mas a nossa expectativa era a construção de um arranjo financeiro que nos desse mais força. Porém, amargamos a criação do Banco Popular do Brasil e não fomos chamados para debater isso. Infelizmente esse banco não sobreviveu. Então, eu pergunto, nós teremos um rearranjo da direita capaz de emplacar o governo? Será que temos condições de nos articular para eleger alguém de centro esquerda? Qual será a agenda da economia solidária como forma de resistência a um governo neoliberal”, questionou Assis do Couto.

Ainda durante o evento, representantes de cooperativas pediram o avanço de propostas que fortaleçam a economia solidária no País. A expectativa das cooperativas, associações e outros empreendimentos da economia solidária – por exemplo, de catadores de material reciclável e de agricultores familiares – é praticar sistema de autogestão, preços justos e divisão do lucro.