O presidente nacional da Juventude Socialista do PDT, William Rodrigues, aproveitou sua passagem por Brasília, onde participou da pré candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, para conversar um pouco mais com a reportagem do PDT Nacional. Eleito no ano passado, William afirma que trabalha para que a JS lance, para as eleições de outubro, 50 nomes do movimento para disputar os cargos de deputados federais e estaduais em todos os estados brasileiros, mais o Distrito Federal.
O movimento também lançou, via rede social, a plataforma “Ciro Tamo Junto”. A ideia da iniciativa, que contará ainda com um aplicativo para celular, é ampliar a participação dos jovens na campanha pedetista ao Palácio do Planalto e trazer as bandeiras do partido para o centro do debate eleitoral.
PDT – Como a Juventude está se preparando para as eleições de 2018?
William – Lançamos um dia antes do encontro que confirmou o nome de Ciro Gomes como candidato do PDT à Presidência uma plataforma via Facebook chamada de “Ciro Tamo Junto”. Já estávamos discutindo como nosso movimento iria se destacar esse ano na campanha e iniciamos através dessa plataforma esse trabalho. Conhecemos as limitações da rede social quando se fala em audiência, por conta de algorítimos, mas como nossa página já tinha mais de 8 mil curtidas, resolvemos então aproveitar. Lá, você encontra vasto material produzido por nossos militantes, vídeos do Ciro, enfim, um grande material para ajudar a campanha de forma virtual, na rede. Em maio, vamos lançar um aplicativo para telefones móveis, onde todo o material estará disponível para compartilhamento.
PDT –A JS vai apresentar nomes para disputa eleitoral?
William – Na eleição de vereador em 2016, já houve um importante trabalho. Lançamos quase 300 candidatos da JS a vereadores em muitas cidades. Para deputado sempre tivemos uma dificuldade maior, mas estamos mapeando todo o país para lançar 50 candidatos a deputados estaduais e federais. Isso é fundamental para ser a ponta de lança da campanha do Ciro a partir da juventude.
PDT – A JS irá acompanhar Ciro durante as eleições?
William – Sim. A ideia é que a gente rode o país, fazendo um roteiro macro pelo Brasil. Além disso, estamos criando uma estratégia para que sempre tenha militantes da Juventude ao lado do Ciro. Ele já demonstrou que quer nossa militância ao lado dele nessa caminhada.
PDT – Como você enxerga o papel da juventude, em geral, na eleição desse ano?
William – Acho que temos um papel fundamental. Analisando o cenário, vemos de imediato um golpe de estado permanente que estamos vivendo, com ataques profundos aos direitos históricos conquistados pela classe trabalhadora. Mas é importante analisar que os mais prejudicados por todas essas reformas (trabalhista, previdenciária) são os jovens. A esmagadora maioria dos jovens brasileiros já têm uma dificuldade enorme em conseguir estudar. Depois, dificuldades para se qualificar para o mercado de trabalho. Ai, quando chega a hora, encontra, agora, um mercado de trabalho completamente precarizado pela reforma. Em compasso, a Reforma da Previdência, vai fazer com que se trabalhe mais, pague mais e se aposente cada vez mais tarde – diante dos vários complicadores propostos pelo governo. Isso gera um enorme excedente de jovens desacreditados com a política, sem vislumbrar um futuro. E a juventude no Brasil representa 27% dos eleitores. Hoje você tem uma série de movimentos territoriais, o empoderamento da juventude que aumenta o nível de engajamento, que sai da juventude de classe média que se empoderava no movimento estudantil e chega na juventude da favela. Então você tem todos os fatores para que o voto da juventude seja decisivo para, por exemplo, uma candidatura ir ao segundo turno.
PDT – Como a juventude enxerga a candidatura do Ciro?
William – Eu tenho dito sempre que, antes mesmo do partido como um todo “comprar” a ideia da campanha do Ciro, a JS já tinha certeza que era o nome para disputar o Planalto. Desde o primeiro momento que se anunciou a filiação do Ciro já enxergávamos o candidato do PDT capaz de retomar o fio da história. Não é só ser candidato. O Ciro resgata o fio da história do Brizola, das origens do trabalhismo porque o projeto nacional que ele defende é o nosso projeto nacional. Muita gente critica ele pelas mudanças de partido que teve ao longo da sua carreira. Mas pouca gente analisa que as mudanças não aconteceram porque ele mudou. Os partidos é que mudaram, porque o Ciro continua o mesmo. É só pegar um vídeo dele, da década de 90, que você entende que seus ideais continuam os mesmos. Ele defende a mesma coisa hoje no campo da economia, da educação, do desenvolvimento nacional. Mas como não podem chamar ele de corrupto, atacam por esse lado. Ano passado acompanhamos o Ciro incansavelmente nas universidades, nos debates, oportunizando que ele fale para fora, para outros setores da juventude. Ele empolga, está empolgando a juventude. Estamos com sangue nos olhos para fazer essa campanha e eleger o Ciro.