O Brasil vive diante de uma das suas maiores crises políticas da história. Um governo ilegítimo tomou o poder com a ajuda de um Congresso repleto de parlamentares arrolados em escândalos de corrupção. Uma presidenta eleita com mais de 50 milhões de voto foi apeada da Presidência sem ter cometido nenhum crime. Mas é preciso continuar atento.
Existe hoje, dentro deste governo ilegítimo, uma série de “mudanças” sendo desenhadas em diversas áreas – principalmente a social- onde os Governos de Lula e Dilma garantiram, nos últimos 13 anos, avanços que o país não havia experimentado em mais de 500 anos de história.
E vem exatamente da ilegitmidade de um grupo retrógrado da política brasileira a tentativa de retirar direitos dos trabalhadores, da base da pirâmide social, dos que mais precisam. Ainda não se fala abertamente sobre o assunto, mas a mídia, boa parte dela comprometida com o golpe no Brasil, já ventila alguma coisa neste sentido.
Uma das medidas que querem adotar é em relação à negociação entre patrões e empregados. A coisa seria mais ou menos assim: o combinado entre as partes irá prevalecer sobre o que diz a Lei.
Uma pergunta. Em qual lugar do mundo um patrão e um empregado estão em pé de igualdade para se sentarem à mesa e discutir, por exemplo, diminuição de salário? Caso o patrão queira diminuir o salário, o empregado terá que aceitar ou será demitido. Ou será que apenas eu enxergo isso? Dessa forma, a CLT simplesmente será rasgada e os demais direitos que protegem o trabalhador serão severamente comprometidos.
Este é o golpe mais grave que se desenha nos sombrios gabinetes do ilegítimo governo que tomou o poder e quer guiar o Brasil numa estrada conservadora onde os diretos dos trabalhadores não existem. Apenas os lucros.
*Carlos Roberto Lupi é presidente nacional do PDT e ex-ministro do Trabalho e Emprego.