No município de Nova Iorque, no interior do Estado do Maranhão, o político, jornalista, Trabalhista e líder, José Guimarães Neiva Moreira nasceu.
De DNA na mais pura genética trabalhista, Neiva se caracterizou pela luta dos marginalizados do seu estado, do Brasil, e do mundo.
Um dos maiores teóricos do Terceiro Mundo – países que pairavam entre os antigos blocos Ocidentais que não se alinhavam nem com os EUA e nem com a URSS – foi um grande ativista.
Grande líder da resistência heroica na conspiração que derrubou Jango em 1964, aproximou-se de Leonel Brizola, então governador do Estado do Rio Grande do Sul, onde começou a caminhada juntos pregando as Reformas de Base.
Preso e obrigado a exilar-se na Bolívia, de onde mudou para o Uruguai, para se reencontrar com Brizola e organizar a resistência contra a ditadura que perdurou por 21 anos.
Neiva, ali compreendeu de forma clara, que a crise brasileira jamais seria equacionada de forma profunda sem a conectividade de dois fatores – a união dos povos oprimidos, particularmente aqueles dos países vizinhos que sofriam as mesmas pressões que os nossos – e a resistência e esclarecimento deste mesmo povo.
Neste período, suas ponderações também se voltavam para os países que passavam pela luta de libertação de seu povo. Neiva se irmana com os povos da Argélia, Angola, Moçambique e outros países conflagrados pela luta, transformando-se em narrador das crônicas de suas lutas, e participando inclusive diretamente de suas pelejas, amarguras e triunfos.
Ainda no exílio foi um dos organizadores do encontro de Lisboa, onde os trabalhistas se reuniram para traçar mais uma vez a luta contra a ditadura e a possibilidade de anistia no Brasil.
Com a aprovação da anistia, Neiva retorna ao seu país fazendo questão de desembarcar em sua terra natal, o estado do Maranhão, onde organizou o PDT já que a legenda PTB fora roubada de forma vil dos trabalhistas, numa manobra de Golbery arquiteto e operador do golpe de 1964.
De volta às atividades políticas, refundou os cadernos “Terceiro Mundo”, revista que abordava de forma crítica a luta e o desenvolvimento dos renegados do Primeiro Mundo.
Neiva Moreira foi presidente nacional do PDT, líder na Câmara dos Deputados por duas vezes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e por fim tornou-se um dos principais assessores do governador do Maranhão, Jackson Lago, liderando do Palácio dos Leões a resistência à cassação de Lago, por fim consumada, em 2009, por pressões da oligarquia maranhense.
Viveu intensamente as lutas mais caras de seu Maranhão, do povo brasileiro e dos povos oprimidos do Terceiro mundo.
Referência ímpar do Trabalhismo pátrio, deixou como legado a obstinação de que é preciso resistir, pelejar e sonhar com a justiça social, com o próximo.