O vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), afirmou nesta quarta-feira (11/5) que a presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento à nação após a decisão do Senado sobre a instauração do processo de impeachment. O deputado está acompanhando dentro do plenário do Senado a sessão que vai decidir se Dilma será afastada por 180 dias.
Ele não especificou se o pronunciamento de Dilma vai ser em cadeia nacional de rádio e TV ou se será feito para os jornalistas que cobrem a Presidência.
“A presidente Dilma está firme. Ela vai fazer um belo pronunciamento à nação depois da votação”, afirmou o vice-líder do governo. O deputado também afirmou que vai trabalhar na Câmara para evitar a aprovação de reformas em um eventual governo de Michel Temer. Para ele, um governo “provisório” não pode conduzir mudanças definitivas.
“Na minha opinião, governo provisório não pode aprovar reformas definitivas. Não voto nada do Michel. Estou trabalhando para evitar que sejam aprovadas propostas”, disse Silvio Costa.
A ideia de Temer é se manifestar somente após Dilma deixar a Presidência, não depois da decisão do Senado. Ao longo desta quarta, Temer receberá aliados no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência, como parlamentares e conselheiros políticos.
CAMINHADA
Dilma, que a princípio deveria descer a rampa Planalto com seus ministros, ao final da votação do impeachment, foi aconselhada pelo ex-presidente Lula a não dar um tom de “fim de governo” caso o Senado aprove o impeachment. Dilma deverá deixar o gabinete presidencial e sair do Palácio do Planalto, hoje, pela entrada principal no térreo.
Circula em Brasília a versão de que Dilma vai participar, com militantes e pessoas que apoiam o seu governo, de uma caminhada de cinco quilômetros do Palácio do Planalto até o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República, que continuará sendo ocupada por ela – mesmo afastada da presidência. Temer ficará no Jaburu.
A caminhada foi acertada com o presidente do MST, João Pedro Stedile, e deverá contar com a participação de milhares de pessoas ligadas a movimentos sociais, parlamentares, integrantes de partidos e a cúpula do PT. São aguardadas pelo menos umas 10 mil pessoas.
Lula está em Brasília desde ontem acompanhando as articulações no Senado e os desdobramentos da crise. Ontem ele recebeu no hotel em que está hospedado o ministro Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e vários senadores petistas, entre eles Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA) e Lindbergh Farias (RJ).