A queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e sua substituição pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA) não agradou a oposição, que tinha tudo sob controle no encaminhamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, segundo afirmou ontem o deputado fedral Paulo Pimenta, do PT gaúcho. “A oposição não está satisfeita. Eles estão assustados”, frisou Pimenta. (Na foto, deputado Waldir Maranhão)
Para a situação, e principalmente para a oposição ao governo na Câmara dos Deputados, os próximos passos de Maranhão são uma incógnita, e é isso o que incomoda os grupos que trabalham pelo impedimento de Dilma.
Pimenta diz esperar de Maranhão uma atuação republicana no cargo que herdou com a derrubada de Cunha pelo STF.
“Espero que ele atue com isenção, tenha independência, ao contrário do que Eduardo Cunha vinha fazendo. Que possa tomar medidas a partir do espírito republicano, entre elas acolher o recurso do advogado-geral da União (José Eduardo Cardozo) pela nulidade da sessão de 17 de abril para restabelecer o ambiente de normalidade democrática do país.”
Se Maranhão acatar o pedido da AGU e anular a sessão do dia 17, todos os demais atos subsequentes passam a ser nulos, lembra Pimenta. Em sua página no Facebook, Maranhão postou na tarde de sexta (6) um pequeno texto que deixou a oposição desconfiada:
“Na democracia, o governo é do povo, pelo povo e para o povo. Sou feliz por morar em um país democrático. E reafirmo minha busca para que cada escolha do povo brasileiro seja sempre respeitada”, escreveu.
Segundo o jornal “O Dia” do Rio de Janeiro, na segunda (9/5) Waldir Maranhão (PP-MA) dará sequência ao processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer.
O vice-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) afirmou que Maranhão, nas conversas, “jurou de pé juntos que, diferente de Cunha, vai respeitar o regimento e Constituição”.
Silvio acrescentou:
“Estive com ele, que se comprometeu a encaminhar a todos os líderes partidários, nesta segunda-feira, o pedido para que indiquem os membros da comissão que analisará o pedido de impeachment de Temer. Ele garantiu que, caso os líderes não indiquem os membros, ele mesmo, enquanto presidente da Câmara, tem a prerrogativa regimental de indicá-los”.