Dilma no 1° de Maio: Querem revogar CLT e entregar o pré-sal


OM - Ascom PDT / OM / midia

Em discurso pelo 1° de Maio no ato realizado ontem (1/5) no Vale do Anhangabaú, Centro de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff fez contundente discurso acusando os perdedores das eleições de 2014 de sabotarem o governo para aprofundar a crise econômica, de rasgarem a Constituição para chegar ao poder por via indireta, através de impeachment,  para tentar instaurar no Brasil o projeto derrotado nas eleições diretas de 2014 .

Dilma denunciou que os golpistas querem destruir conquistas do povo brasileiro como a CLT e o Bolsa Família, além de entregar as jazidas de petróleo do pré-sal, descobertas pela Petrobras,  a estrangeiros.

“Estou aqui para dizer a vocês que vou resistir e lutar até o fim porque defendo o projeto que me foi entregue por 54 milhões de brasileiros em eleições diretas. Se querem mudar esse projeto vitorioso, que se submetam as urnas em 2018, que se coloquem sob o crivo do povo brasileiro para se legitimar.  Da forma que querem chegar ao poder, sem voto, numa eleição indireta sob o disfarce de impeachment, não passarão!”

Ela prosseguiu, argumentando que o Brasil vive um golpe diferente, especial, “sem armas ou tanques nas ruas”:

“Como vocês, lutei minha vida inteira. Fiquei presa por três anos, resisti à ditadura. Estou aqui para dizer que a luta atual é diferente – porque é contra a perda de direitos, a favor das conquistas sociais e pela democracia. É uma luta por todas as conquistas que tivemos no Brasil e ainda teremos. É uma luta a favor do que  ganhamos nos governos Lula e meu”.

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Gaetta, entre Dilma e Jandira Feghalli, no ato em São Paulo pelo 1° de Maio

“Eles querem roubar os meus votos e também os votos dos que não votaram em mim mas acreditaram na democracia e no processo eleitoral”, frisou.

“Depois que perderam as eleições,  fizeram de tudo para o governo não governar. Primeiro disseram que os votos não tinham sido bem contados e pediram recontagem. Perderam. Depois disseram que tinha erro nas urnas, que tinham mexido nelas.  Fizeram auditoria e as urnas estavam perfeitas.  Mas não desistiram e antes mesmo de que eu tomasse posse, pediram ao TSE para que não fosse empossada, não fosse diplomada. Mas eles tornaram a perder e aí começaram a história do impeachment”.

Dilma disse também que Eduardo Cunha foi “o principal agente” da desestabilização, defensor do quanto pior, melhor, frisando: “Quanto melhor para eles, pior para o governo e para o povo brasileiro”. Cunha e seus seguidores, segundo a presidente “apostaram sempre contra o povo e  são responsáveis pela economia estar vivendo esta grave crise e o desemprego estar aumentando” porque impediram que medidas cruciais fossem tomadas.

Ainda de acordo com Dilma, Cunha enveredou por esse caminho porque o PT se recusou dar a ele os três votos que ele precisava para impedir, na Comissão de Ética, a cassação de seu mandato.

Dilma disse ser vítima de um golpe à democracia e que em seu governo não cometeu nenhum crime que justifique um impeachment.

“Do que eles me acusam? Não podem me acusar de contas no exterior nem de corrupção. Chegam ao absurdo de me acusar de algo que eu não participei e alegam que eu deveria saber porque eu conversava com as pessoas responsáveis. Se eles praticam comigo o que vão praticar com o trabalhador? Quando você rompe a democracia, rompe para todos. Se permitirmos esse golpe permitiremos que a democracia seja ferida”, disse Dilma.

“Eles propõem o fim da política de valorização do salário mínimo, política que garantiu 76% de aumento acima da inflação desde o governo do presidente Lula, passando pelo meu. Essa política tem de durar até 2019”, afirmou.

Ela criticou as possíveis medidas que possam ser implementadas por Michel Temer caso o vice assuma a presidência.

“Querem acabar também com o reajuste dos aposentados desvinculando esse reajuste da política de salário mínimo. Com isso, os aposentados não terão mais reajustes. Querem também transformar a CLT em letra morta. Prometem e dizem explicitamente privatizar tudo o que for possível. A primeira vítima dessa lista é o pré-sal. Falam em revisitar o Pronatec, o Minha Casa Minha Vida. Aí nós temos uma situação em que os programas sociais são olhados como responsáveis pelo desequilíbrio do país”, disse a presidente.

Dilma afirmou que a oposição não tinha motivos para o impeachment e “inventou” um.

“Como estava muito difícil achar um crime, eles começaram dizendo que eram seis decretos. Eu , em 2015, fiz seis decretos de suplementação. O FHC, no ano de 2001, fez 101 decretos de suplementação. Para eles, não era golpe, não era nenhum  golpe nas contas públicas”, disse.

Dilma também anunciou medidas de governo no seu discurso como reajuste de 9% para beneficiários do Bolsa Família; Correção da tabela Imposto de Renda Pessoa Física em 5%, a partir de 2017; construção de mais 25 mil moradias do “Minha Casa, Minha Vida”, com os movimentos do campo e da cidades; criação do Conselho Nacional do Trabalho (Conselho Tripartite), com representação dos trabalhadores, empresários e governo; ampliação da licença-paternidade para funcionários públicos de cinco para 20 dias e ainda, criação do plano safra da agricultura familiar para garantir recursos tanto para o programa de aquisição de alimentos como para assistência técnica a pequenos agricultores.

Encerrou reiterando que o impeachment é golpe.

“Quando você rompe com a democracia, rompe com tudo e com todos. Não podemos permitir este golpe que não é só contra a democracia e meu mandato, é contra as conquistas dos trabalhadores brasileiros. Por isso não passarão!”

No pé, a íntegra da fala de Dilma.

Na manifestação, o deputado estadual André Gaetta (PDT-SP), representou o PDT. Ele também falou  à multidão:

 

Vídeo com a íntegra do pronunciamento de Dilma:

https://youtu.be/FxrA6iN3Nw4