Em 21 de junho de 2004 despedia-se da vida pública brasileira um dos seus mais ilustres filhos, gaúcho-brasileiro dono de um comportamento político incomparável e inigualável fez de suas atitudes e ações exemplos admiráveis para os filhos desta terra chamada Brasil. Guardava consigo uma integridade que nascia do seu coração, fruto de uma lealdade a princípios que transformam algumas lideranças políticas deste pais em flanelinhas de ruelas.
Combatido com veemência e violência pelos seus adversários desde o inicio de sua carreira, transformou a estrada de sua caminhada na mais iluminada passagem para os homens públicos. Todas as suas lutas foram em defesa do povo e das riquezas do Brasil e em nome desses propósitos foi ofendido, exilado, perseguido, atacado, caluniado e até odiado, para saber ao fim de sua vida, já deitado por ordem do ente supremo, que os seus mais algozes adversários vivos renderem-se em homenagens aos exemplos de dignidade e intransigência a uma causa dada como exemplo a nação.
Leonel Brizola carregava consigo um relógio medidor de corruptos, que aferia comportamento de pessoas que faziam política e era implacável, inclusive com os seus. Aferia com igual precisão o grau de lealdade dos seus liderados e antevia como fez Cristo os seus traidores. Respeitou aqueles que divergiram de suas idéias e se afastaram, mas jamais perdoava os corruptos e desleais. Não vou citar nomes de pessoas, mas façam uma reflexão e arrolem os nomes daqueles que se afastaram ou foram por ele afastado e saberão os que essas linhas expressam.
Um dia ele quis se ser presidente do pais; seus adversários políticos, aliados aos adversários do Brasil – leia-se aqueles que representam os interesses internacionais – não permitiram pela mais lógica das razões, que o povo por força do império financeiro arregimentado em campanhas de mídia não conseguiu assimilar. Lembrem que quando não havia mais argumento usaram a sua idade como impedimento. Não tinha mais tempo de vida para gerir a nação, era o que diziam.
Esqueceram de dizer que o tempo de vida daquele homem carregava uma das mais escassas riquezas desse meio, que corrói a política nacional – integridade,dignidade e brasilidade. E naquele jogo político instalado no meio eleitoral apareceu nos discursos de Brizola uma palavra que o mundo moderno liberal e globalizado, que escraviza os safados e os idiotas não tolera. Concessão. No governo do seu Brasil anunciado a palavra concessão aceitava apenas uma significado: conceder em beneficio do povo, jamais em nome de grupo político ou de capital. Ou alguém imagina que os bancos fariam o que fazem; que a Amazônia seria essa festa que é.; que a siderurgia e as todas as riquezas minerais seriam exploradas por entes privados e se fossem não deixariam no Brasil muito mais do que levam. Ele faria a reforma agrária que todos temem, sem invasão de propriedades produtivas e sem desrespeitar o direito do cidadão.
Ele estenderia no seu governo o lençol que colheria a paz da sociedade brasileira realizando um governo simples e transparente. Nenhum ato realizado que não seja do interesse do povo. Acredito que o Congresso Nacional seja o ente institucional que mais precisasse de Brizola presidente, porque teriam que aprender que a base do governo se faz com ideários e propósitos e não com cargos e liberação de emendas.
Leonel Brizola, ilustre companheiro, mais do que tristeza, sentimos saudade, falta da tua presença, dos teus exemplos de probidade e de lealdade, do amor que deste a uma causa linda, bagagem valiosa que nos deixaste como herança.