Os inimigos da Petrobrás estão de volta: pretendem instalar uma CPI contra a companhia no momento em que se cogita a criação de uma nova empresa no setor e o Congresso vai discutir o novo marco regulatório.
O objeto da CPI é inconsistente. O que está por traz da iniciativa é somente fragilizar a Petrobrás. Como coincidências não existem, muito menos quando se trata de iniciativas políticas, como a instauração de uma CPI, é legítimo perguntar que interesses esses grupos partidários escondem e a quem servem.
Técnicos da companhia projetam que as reservas do pré-sal podem variar entre 100 e 300 bilhões de barris. Nesse sentido, é necessário que a União encaminhe uma pesquisa, através da Petrobrás, para um cálculo mais exato. De qualquer forma, são reservas que podem colocar o Brasil no patamar da Arábia Saudita, como primeiro no ranking.
Nesse cenário, entregar o pré-sal para uma nova empresa é castigar a Petrobrás que, muito pelo contrário, merece prêmio por desenvolver, durante décadas, tecnologia própria, investindo nisso bilhões de reais e, de forma pioneira, descobrindo petróleo no pré-sal, num momento em que as reservas mundiais estão em declínio.
A Petrobrás é longe a empresa que mais arrecada impostos para a União. Atualmente, financia 40% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Instalar uma CP, justamente agora, só se for para servir de palanque àqueles que foram contra a criação da Petrobrás e depois tentaram privatizá-la. O Congresso Nacional, se fosse movido pelos interesses da população brasileira, deveria debater o fortalecimento da Petrobrás e uma estratégia para garantir que o petróleo e gás encontrados em nosso território sejam nossos!
*Emanuel Cancella é coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ)