Sem cartola de mágico, mas…

A ninguém será dado imaginar o presidente Lula com casaca e varinha de mágico, evitando demissões e tirando empregos da cartola. No entanto, a frustração é grande nos setores onde se sucedem dispensas em massa, porque, afinal, este é o governo dos trabalhadores. Adiantam muito poucas iniciativas como ampliar o período de vigência do seguro-desemprego ou, para quem está desempregado, saber que vão baixar as prestações da casa própria. O presidente continua devendo uma reprimenda geral ao empresariado que insiste em demitir, mesmo recebendo parcelas dos 100 bilhões de reais do Tesouro Nacional postos à disposição das empresas em dificuldades. Essa inação tem razões endógenas e exógenas. Porque no ministério pontificam os intransigentes neoliberais que não se cansam de aconselhar o presidente a não topar essa briga com os megaempresários, porque sairá perdendo. Do lado de fora, entidades como a Fiesp e outras alertam para o fato de que a exigência de evitar demissões levará a maioria das empresas a recusar a ajuda oficial e a aumentar o ritmo das dispensas.

 

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, permanece voz isolada e sufocada na defesa do suposto compromisso. Para ele, o poder público dispõe de mecanismos capazes de levar as empresas recalcitrantes a nocaute, começando pela Receita Federal. Enquanto isso, a situação piora e as centrais sindicais já não conseguem conter a reação dos operários, começando a ir para a rua em movimentos de protesto. A temperatura sobe, não demora o apelo às paralisações e até à ocupação de fábricas. Depois, será a repetição do que não poderia acontecer na administração de um torneiro-mecânico: a polícia na rua reprimindo manifestações. Quem viver, verá.

 

O Lula não gostou - Quem chegou perto do presidente Lula, ontem, constatou razoável irritação diante do encontro de José Sarney e Aécio Neves, na véspera. Porque o presidente do Senado exagerou ao tornar pública sua adesão à candidatura do governador mineiro ao palácio do Planalto, isso depois de haver proclamado apoio a Dilma Rousseff. O Lula até compreende os laços especiais entre eles, já que Sarney deve reverências eternas à memória do avô de Aécio, o presidente Tancredo Neves. Mesmo assim, o jogo duplo incomodou. A hora das decisões ainda demora, mas o incentivo público às pretensões do neto serve para desgastar a candidata petista. Ainda mais quando o presidente da Câmara, Michel Temer, comporta-se como uma esfinge cabocla, daquelas que todo mundo decifra em quinze segundos: prefere José Serra...

 

Somos o que somos - Corre mundo a notícia de que no Amazonas uma tribo praticou o canibalismo. No município de Envira, próximo do Acre, índios mataram e comeram as entranhas de um fazendeiro. Fazer o quê? Deixar que antropólogos continuem sustentando a excelência de preservar intacta a cultura desses nossos irmãos, onde se inclui a prática de deglutir seres humanos, ou aplicar neles a nossa lei, mandando a polícia investigar, prender e punir os culpados? Claro que nem uma coisa nem outra, mas pior episódio não poderia acontecer na hora em que o governo gastou milhões para inserir numa revista de circulação mundial encarte exaltando nossas maravilhas e até colocando a ministra Dilma Rousseff na capa.

A ninguém será dado imaginar o presidente Lula com casaca e varinha de mágico, evitando demissões e tirando empregos da cartola. No entanto, a frustração é grande nos setores onde se sucedem dispensas em massa, porque, afinal, este é o governo dos trabalhadores. Adiantam muito poucas iniciativas como ampliar o período de vigência do seguro-desemprego ou, para quem está desempregado, saber que vão baixar as prestações da casa própria. O presidente continua devendo uma reprimenda geral ao empresariado que insiste em demitir, mesmo recebendo parcelas dos 100 bilhões de reais do Tesouro Nacional postos à disposição das empresas em dificuldades. Essa inação tem razões endógenas e exógenas. Porque no ministério pontificam os intransigentes neoliberais que não se cansam de aconselhar o presidente a não topar essa briga com os megaempresários, porque sairá perdendo. Do lado de fora, entidades como a Fiesp e outras alertam para o fato de que a exigência de evitar demissões levará a maioria das empresas a recusar a ajuda oficial e a aumentar o ritmo das dispensas.

 

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, permanece voz isolada e sufocada na defesa do suposto compromisso. Para ele, o poder público dispõe de mecanismos capazes de levar as empresas recalcitrantes a nocaute, começando pela Receita Federal. Enquanto isso, a situação piora e as centrais sindicais já não conseguem conter a reação dos operários, começando a ir para a rua em movimentos de protesto. A temperatura sobe, não demora o apelo às paralisações e até à ocupação de fábricas. Depois, será a repetição do que não poderia acontecer na administração de um torneiro-mecânico: a polícia na rua reprimindo manifestações. Quem viver, verá.

 

O Lula não gostou – Quem chegou perto do presidente Lula, ontem, constatou razoável irritação diante do encontro de José Sarney e Aécio Neves, na véspera. Porque o presidente do Senado exagerou ao tornar pública sua adesão à candidatura do governador mineiro ao palácio do Planalto, isso depois de haver proclamado apoio a Dilma Rousseff. O Lula até compreende os laços especiais entre eles, já que Sarney deve reverências eternas à memória do avô de Aécio, o presidente Tancredo Neves. Mesmo assim, o jogo duplo incomodou. A hora das decisões ainda demora, mas o incentivo público às pretensões do neto serve para desgastar a candidata petista. Ainda mais quando o presidente da Câmara, Michel Temer, comporta-se como uma esfinge cabocla, daquelas que todo mundo decifra em quinze segundos: prefere José Serra…

 

Somos o que somos – Corre mundo a notícia de que no Amazonas uma tribo praticou o canibalismo. No município de Envira, próximo do Acre, índios mataram e comeram as entranhas de um fazendeiro. Fazer o quê? Deixar que antropólogos continuem sustentando a excelência de preservar intacta a cultura desses nossos irmãos, onde se inclui a prática de deglutir seres humanos, ou aplicar neles a nossa lei, mandando a polícia investigar, prender e punir os culpados? Claro que nem uma coisa nem outra, mas pior episódio não poderia acontecer na hora em que o governo gastou milhões para inserir numa revista de circulação mundial encarte exaltando nossas maravilhas e até colocando a ministra Dilma Rousseff na capa.