Sob a liderança de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT; de Manoel Dias, secretário-geral e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini e do ex-ministro e governador Ciro Gomes, pré-candidato do partido à presidência da República em 2018 – a direção nacional do PDT se reuniu ontem (21/1) em Brasília com os dirigentes da legenda procedentes de todos os estados brasileiros para fazer um balanço das perspectivas para as eleições municipais deste ano, discutir formação política e maneiras de modernizar a gestão partidária.
O encontro foi preparatório para a reunião do Diretório Nacional do PDT que se realiza hoje (22/1) a partir das 10 horas da manhã para referendar a decisão da Executiva Nacional e dos parlamentares do partido que, em dezembro passado, fecharam questão contra o processo de impeachment da a presidente Dilma Rousseff aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que, para ter valor legal, precisa ser referendada pelo Diretório Nacional.
“Nosso lado é o da Legalidade, Eduardo Cunha não tem moral para pedir a cassação de ninguém, a não ser a sua própria”, afirmou ontem Carlos Lupi, na abertura da reunião, realizada na sede nacional do partido. A presença da presidente Dilma Rousseff é esperada hoje na reunião do Diretório Nacional, mas ainda a ser confirmada.
Segundo Lupi, ontem na sua fala, o momento é de enfrentamento e o PDT precisa mostrar claramente aos brasileiros de que lado está, , qual é a sua opção.
“Passou a fase de partido condescendente, preocupado em sobreviver à perda de Brizola, obrigado a ceder para ter musculatura e caminhar. A sociedade exige opções e quem quiser ir para a direita, que vá. Doa a quem doer, a nossa opção será sempre pela História, pelo nosso projeto de Nação porque o Brasil precisa de nós”, acrescentou Lupi.
Logo após, falaram o presidente do PDT do Ceará, ministro André Figueiredo, das Comunicações, que fez um balanço das atividades do partido no estado e as perspectivas para as eleições municipais deste ano. Também falou o Líder do partido no Senado, senador Acir Gurgacz, que relatou aos presentes detalhes de seu relatório que fez sobre o Orçamento, contestando inclusive decisão do TCU contrária à presidente Dilma.
Em seguida, convocado por Lupi, falou o ex-presidente do PDT de Alagoas, Corinto Campelo, sobre software de gestão partidária que desenvolveu, e cederá à direção do partido, que permitirá ao PDT modernizar a forma de se comunicar com os seus mais de 1, 1 milhão de filiados. Depois falaram, um a um, os dirigentes estaduais do PDT sobre as perspectivas do partido para as eleições municipais deste ano.
Manoel Dias tocou a maior parte da fase final da reunião quando Lupi e Ciro saíram para dar uma coletiva, para depois voltarem ao plenário da reunião e acompanharem ela, até o final. Esta fase tocada por Manoel foi totalmente dedicada à preparação de quadros.
Os dirigentes estaduais, coordenados por Manoel Dias, ouviram e tiveram a oportunidade de discutir os planos da Fundação Brizola – Pasqualini para 2016, além de tomarem conhecimento de detalhes da nova página da Fundação na internet – prestes a entrar no ar.
Também foi apresentado o projeto de transformar a trilogia “A Era Vargas”, do jornalista e escritor José Augusto Ribeiro, em dois documentários: um de 20 minutos voltado exclusivamente para a formação política – e outro, mais extenso e detalhado, em três episódios de cerca de 50 minutos, para mostrar Getúlio Vargas corpo inteiro e todas as suas realizações nos quase 20 anos que dirigiu os destinos do Brasil – ambos documentários dirigidos pelo jornalista Beto Almeida, de Brasília.
COLETIVA
Na entrevista à imprensa, além de explicarem os objetivos dos dois dias de reuniões do PDT, Lupi e Ciro reiteraram o posicionamento do partido contra o impeachment de Dilma e pelo afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara. Sobre as eleições municipais, Lupi disse que o PDT tem por meta eleger 10% dos prefeitos do país em 2016.
Atualmente, explicou, o PDT é o partido que detém o maior número de prefeituras de capitais brasileiras, cinco no total, e pretende disputar este ano em pelo menos 10 capitais.
Um jornalista perguntou a Ciro o que ele achava da reaproximação de Dilma ao seu vice, Michel Temer: “Só quem for idiota acredita nisso”, devolveu Ciro ao jornalista, ressalvando que compreende a atitude da presidente de tentar se reaproximar de Temer por que “a política vive desses bailados”.
Ciro fez questão de destacar:
“O importante é não acreditar, porque Michel Temer está no golpe e é o capitão dele”.
Lupi, por sua vez, reiterou que “as andanças com Ciro pelo PDT do país tem o objetivo de preparar o PDT para a candidatura dele, na eleição presidencial de 2018 – fato que não impede que se apresentem outros candidatos dentro do partido”.
Questionado sobre a aproximação de petistas ao PDT por conta de Ciro, frisou que parte do PT vê o nome de Ciro com simpatia “e não são poucos”, frisou.
Ciro Gomes criticou mais uma vez a atuação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Só faltava o Eduardo Cunha ser protagonista de um impeachment. […] O moralismo está posto a serviço da imoralidade”, disse.
Lupi destacou ainda que o PDT terá candidato próprio a presidente “qualquer que seja” o cenário das eleições de 2018.
“Se o (ex-presidente) Lula for candidato a presidente, o PDT terá candidato. Se o PT apresentar o Pedro, o Joaquim o Miguel, o PDT terá candidato a presidente”, disse.
Sobre a participação do partido no governo Dilma, argumentou que o PDT faz parte de um governo plural “e ter candidatura própria é nosso direito. Aliás, o Lula falou isso para mim: é um direito legítimo do PDT. Ninguém é criança para ficar enganando ninguém”, disse.
Lupi disse ainda ser favorável à recriação da CPMF e, sobre o aumento da idade mínima para aposentadoria, disse que, antes, é preciso discutir o déficit da Previdência retirando dela os gastos com os benefícios pagos aos 10 milhões de trabalhadores rurais.
“Sou totalmente favorável a aposentadoria dos trabalhadores rurais, mas contra que o dinheiro saia da conta da Previdência porque eles não contribuem”’.
Lupi reiterou que o PDT jamais votará contra o que considera direitos dos trabalhadores, mesmo sendo da base do governo e confirmou que a presidente Dilma aceitou o convite para participar da reunião do Diretório Nacional do PDT de hoje, mas vai depender de sua agenda.
Veja em vídeo, os principais pronunciamentos:
Fala do Presidente Lupi – https://youtu.be/27sVHpJ475o
Fala de Ciro Gomes – https://youtu.be/PQ16mmdxN0c
OM – Ascom PDT / GL / EI – Edevaldo Pereira / Rafael Machado