O presidente Nacional do PDT segue esta semana percorrendo as principais cidades do Estado para ouvir a posição política dos filiados. O roteiro, que começou por Foz do Iguaçu e passou ontem por Cascavel, agora segue incluindo Umuarama, Ponta Grossa, Londrina, Curitiba e termina esta semana em Paranaguá. O giro político de Lupi tem por finalidade colher impressões sobre o comportamento do partido no Paraná rumo às eleições de outubro próximo.
O partido não descarta uma candidatura própria ao Governo do Estado e em Foz do Iguaçu chegou-se a lançar o ex-prefeito da cidade, Paulo Mcdonald, para governador. No entanto, a maior expectativa fica sobre a definição da pré-candidatura do ex-senador Osmar Dias que pode concorrer ao senado e disputar a única vaga com o irmão, senador Alvaro Dias.
No entanto, as articulações para definição de candidaturas, inclusive a de Osmar, só deve ganhar corpo a partir de abril quando está prevista sua desincompatibilização da vice-presidência do Banco do Brasil. O presidente em exercício do partido no Paraná, Haroldo Ferreira, admite que há conversas em andamento com outras siglas visando a composição de aliança para as eleições majoritárias – de Governador, Vice-Governador e Senador – mas como anunciou Osmar que, há poucos dias reforçou que a questão está sendo avaliada também considerando as listas de pré-candidatos para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal.
Durante o encontro de ontem, em Cascavel, Lupi surpreendeu ao lançar a candidatura do deputado estadual André Bueno para deputado federal. O partido que quer ter o maior número possível de candidatos a deputado federal, aposta em André como nome novo e capaz de sucesso.
André Bueno, filho do prefeito Edgar Bueno, preferiu não comentar a sugestão e disse apenas que a visita demonstra a força do PDT no Oeste.
Assista ao vídeo da visita a Cascavel.
Lupi diz que PT precisar ter humildade e descer do pedestal para fazer alianças
O recado foi dado de forma dura e direta. O presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, caminha para decretar novo apoio à reeleição de Dilma Rousseff e caminhar junto com o PT outra vez em 2014 pelo Palácio do Planalto. No Paraná, o PDT também “namorava firme” para decidir o apoio ao projeto petista com Gleisi Hoffmann, mas, pode recuar e não mais bancar o apoio. O motivo é a campanha que o PT do Paraná realiza para conquistar, “no tapetão” (Justiça), o mandato do prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, que é do PDT.
“No caso do Edgar, o PT está fazendo uma perseguição negativa. O Edgar foi eleito legitimamente. Foi votado e eleito. Querem usar o tapetão para ganhar. Por isto, o PT em Cascavel é inimigo da gente. Quer destruir um companheiro que tem uma caminhada comigo de mais de 20 anos. O PT tem que começar a entender que precisa respeitar seus aliados, principalmente os que têm voto”, disse o presidente nacional do partido fundado por Brizola.
Ao velho estilo “curto e groso”, Lupi disse que não vai “engolir esta história de querer tirar o mandato do Edgar. São coisas como estas que causam empecilhos quase intransponíveis para uma aliança. Como vou obrigar um companheiro leal e amigo a cometer suicídio? Vamos aprofundar a conversa e se o PT não descer do pedestal e pisar na lama com os companheiros, vamos liberar o Edgar para fazer a aliança que melhor convêm”.
Lupi disse ainda que “ninguém tem direito, nem mesmo os juízes, de tirar o que o povo delegou. Eu tenho certeza que o STF em Brasília manterá o prefeito no mandato”.
Livre arbítrio
O recado que coloca em risco não só a aliança no Estado, mas praticamente libera o prefeito Edgar Bueno de apoiar uma eventual aliança no Paraná entre PDT e PT. A posição foi adotada durante reunião realizada durante almoço na Associação Rádio Colméia, que reuniu pedetistas de Cascavel e região. O prefeito Edgar Bueno também reagiu contrário a aliança que defendeu na eleição de 2010, que elegeu Dilma Rousseff presidente.
“Querem nos tirar os direitos delegados pelo povo de Cascavel nas urnas. Quando votaram a ação lá em Curitiba os desembargadores demonstraram nenhuma sensibilidade social. Percebi que havia uma pré-disposição para cassar o prefeito de Cascavel injustamente”, disse.
Na campanha de 2012, Edgar que tem como seu vice o tucano Maurício Theodoro, recebeu apoio incondicional do governador Beto Richa à sua reeleição. Agora, o curso natural é que Bueno apoie o projeto de Richa à reeleição contra a petista Gleisi Hoffmann.
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