Ao participar nesta segunda-feira (21/10) do programa de rádio do comunicador Alberto Brizola, no Rio de Janeiro, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, falando sobre o leilão do campo de Libra, afirmou que o petróleo pertence ao povo brasileiro e questionou o fato de a Petrobras não ter ficado como responsável única pela exploração de Libra já que é a maior jazida até agora descoberta no pré-sal e há uma previsão de que produza de 12 a 15 bilhões de barris de petróleo.
“Acho um perigo o Estado brasileiro não ter controle absoluto sobre esta riqueza que pertence ao povo do Brasil. O petróleo é estratégico e não deveríamos deixar ele nas mãos de grupos privados, quaisquer que sejam, mesmo nacionais. O petróleo é da nação, esta é uma questão histórica, por que a maior jazida de petróleo descoberta não fica integralmente nas mãos da Petrobras?”, questionou.
Lupi abordou vários outros assuntos no programa radiofônico, inclusive a ação dos chamados “blak blocs” nas recentes manifestações de rua ocorridas no país, observando que “infelizmente o gueto – a minoria da minoria – contamina todo processo legítimo e isto é um desafio para a democracia”.
Sobre a proliferação dos partidos políticos, e a recente criação de mais dois deles, argumentou que é a favor do processo democrático na condução dos partidos, mas há necessidade de diferenciar os partidos sérios dos partidos de aluguel – embora ambos tenham os mesmos direitos.
“Não deveriam ter acabado com a cláusula de barreira que obrigava os partidos a terem 5% dos votos do eleitorado nacional, em nove estados diferentes para serem legítimos em sua representação. Em nome da democracia acabou-se com esta cláusula e o que aconteceu depois? Saímos do patamar de 10 partidos para os atuais 32 partidos. E a maioria deles é de aluguel ou para ajeitar situações pessoais. Todos estão fazendo como diria o Cazuza, um partido para chamar de seu”, argumerntou Lupi.
Na opinião do presidente nacional do PDT é necessário discutir mais, nos dias de hoje, a família e os seus valores éticos, sociais, de carinho e de respeito, independente de convivência ou religião “Sou kardecista, mas entendo que cada um tem a sua ligação com Deus. Desde que seja o Deus da bondade, da generosidade, do fazer o bem, todos são bem vindos. Mas precisamos aprofundar a discussão sobre a família, que é básica”.
Lupi explicou que tem viajado muito e tem visto, em matéria de educação, bons e surpreendentes exemplos. Citou o que viu em Foz do Iguaçu e em São Paulo – nos CEUs criados por Marta Suplicy. “As pessoas tem que pegar as boas idéias e copiar”, assinalou, destacando ainda iniciativa do então prefeito Jorge Roberto, de Niterói, de criar o projeto “Médico de Família” com base na experiência de Cuba, bem sucedida.
Os Cieps também foram defendidos por Lupi que citou Brizola, fundador do PDT, que destacava sempre que as crianças matriculadas nos Cieps tinham, no mínimo, uma alimentação de qualidade porque “saco vazio não fica de pé”. “Mas os Cieps eram muito mais do que isto: seus alunos tinham assistência social, saúde, livros e alimentação de graça”, lembrou.
Lupi também defendeu ainda que o atual curso médio deveria se basear em cursos técnicos, de forma que todas as escolas dessem aos seus alunos a oportunidade de ter uma profissão.
“Comecei a trabalhar aos 13 anos e não tenho nenhuma vergonha disto. Foi o que forjou o meu caráter. É o trabalho que faz o homem ou a mulher ser ético. E a mulher, normalmente, ainda tem dupla, tripla funções. Infelizmente, existe exploração: a gente chega em casa sete, oito horas da noite e pergunta: “Cadê a minha janta?” Esquece que a mulher cuidou do filho, muitas vezes trabalhando fora, chega em casa e ainda tem que ir para o fogão. O machismo da gente faz isto e a mulher acaba sendo explorada”.
OM/AG – Ascom PDT