PDT e PRP anunciam coligação em Osasco (SP)

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Republicano Progressista (PRP) anunciaram na quarta-feira, 23, a união das siglas para a disputa nas eleições municipais de 2012 em Osasco.

Cerca de 100 filiados e militantes dos dois partidos, entre eles os integrantes da chapa de 42 pré-candidatos, compareceram ao encontro que anunciou a união e apresentou aos filiados de ambas as legendas os nomes cujas candidaturas deverão ser oficializadas em convenção partidária prevista para a segunda quinzena de junho.

Partidos se unem e apresentam pré-candidatos

A coligação foi precocemente apresentada “para dar tranquilidade aos pré-candidatos, que podem planejar suas futuras campanhas com uma preocupação a menos”, conforme declarou o presidente do PDT, Milton Cavalo.

Para o presidente do PRP Osasco, Elisio de Lima, “o PDT é um partido de nome, tanto quanto o PRP. Ambos com credibilidade na cidade. Juntamos essas pessoas para fazer um trabalho bonito para o povo osasquense”, disse.

Estiveram presentes representantes de outros partidos que devem compor a aliança em torno do pré-candidato à Prefeitura, João Paulo Cunha (PT). Jorge Lapas, secretário de Governo de Osasco, representou o PT.

“Eu acredito na democracia. Além de ser a forma correta de agir, é a forma inteligente”, destacou, referindo-se ao incentivo da sigla majoritária à negociação direta entre os partidos da base de apoio na decisão das coligações. “Há interesses dos partidos que precisam ser respeitados”.

O pastor Gilson Matias da Silva, do PSC, também elogiou a iniciativa. Disse que sua legenda chegou a “namorar” o PRP, mas a aliança não prosperou. “Tenho muitos amigos no PDT e no PRP, fui convidado e vim prestigiar esse evento que achei muito bem preparado”.

Agradou
A ausência de nomes com histórico de votação muito superior à média da chapa em eleições anteriores – as chamadas “estrelas” – agradou os pré-candidatos.

“Como há uma identidade programática entre os componentes das duas legendas e uma igualdade de oportunidade para todos, isso é o que mais nos fortelece”, avaliou o pré-candidato Jackson Luvizotto, dirigente da Igreja Quadrangular no Jd. Novo Osasco.

“Temos um grupo sem figurões da política, mas um grupo coeso e forte. Temos tudo para conquistarmos pelo menos duas vagas na Câmara”, avalia o pré-candidato pelo PDT, Joaquim Oliveira, o Quinzinho, presidente licenciado do Sindicato dos Gráficos de Osasco.

Time feminino
Uma preocupação das siglas que se destacou nos discursos das lideranças foi com a formação de um time feminino de expressão. “Nós estamos bastante contentes com a coligação porque a gente vê a capacidade das mulheres unidas. Uma grande preocupação no meio político hoje é onde estão as mulheres, já que não há mais do que uma na Câmara”, pondera Regina Lúcia da Silva, a Regina do Rochdale. Experiente no grupo, ela já disputou outras três eleições pelo PRP.
A novata Eliud Araújo, do movimento Favela SOS e pré-candidata pelo PRP, brinca: “a Dilma com certeza incentivou bastante as mulheres a sairem do armário”. “Eu acho que a mulher tem mais sensibilidade, tem mais coração para a política”, justifica.

Joícÿ Costìm
A sindicalista Mônica Veloso é pré-candidata a vereadora  
 

Mulher está sub-representada na política osasquense, diz pedetista

A união das siglas PDT e PRP mobiliza um grupo de pré-candidatas forte, que pretende mudar a reprentatividade feminina no Legislativo Municipal. E a questão é ideológica, segundo garante Mônica Veloso, diretora licenciada do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, coordenadora do projeto social Eremim, na Zona Norte.

A sindicalista, que também é pré-candidata pelo PDT, falou sobre o tema ao jornal Visão Oeste.

Visão: a cidade de Osasco está mal representada no que se refere à participação feminina na Câmara?
Mônica:
Eu não diria mal representada, mas sub-representada. Nós temos um colégio eleitoral muito grande e a maioria dos eleitores são mulheres.

Então é preciso reverter esse quadro. Se esse colégio eleitoral representa essa força feminina do ponto de vista social, político, produtivo, porque é que isso não se faz presente na Câmara?

A coligação PDT/PRP traz uma chapa realmente forte para tentar mudar isso?
Traz. Não é só composição de cotas não. O PDT, por exemplo, vem trabalhando isso desde o seu processo de consolidação e de reestruturação na cidade.

Trabalhamos com uma equipe e com mulheres que estão extremamente motivadas, de vários seguimentos da nossa cidade, ajudando a construir um partido que tem política de gênero e a visão de que igualdade de oportunidades é uma construção coletiva.

Como a subrepresentação feminina no Legislativo afeta as políticas públicas cidade?
O efeito é exatamente o afastamento da comunidade. E a falta de definição de espaços e ações concretas que tenham o olhar da mulher trabalhadora, da dona de casa, da mulher formadora de opinião. As mulheres têm demandas específicas e quando são atendidas, beneficiam toda a sociedade.

Quando isso não está presente na política pública, a mulher se afasta e busca a solução de seus problemas sozinha. Isso não pode mais acontecer. É preciso que as mulheres tenham espaço para conquistar suas demandas específicas, mas também mostrar o que são capazes de construir para termos uma Osasco desenvolvida e que pensa a inclusão social.

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