O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) alertou, em pronunciamento nesta segunda-feira (21), contra exageros na avaliação otimista da economia brasileira, salientando que “há sinais de perigo adiante”. Para o parlamentar, o país não tem realizado as reformas estruturais necessárias capazes de sustentar a competitividade e o crescimento econômico.
– O otimismo tem parecido exagerado, e isso é uma preocupação muito grande. Um país, quando cai no ufanismo, tende a não perceber os riscos que vêm adiante. Essa é uma tragédia de todos os povos, quando ficam tão orgulhosos e contentes e felizes de si que deixam de ver a realidade adiante – afirmou.
Cristovam comparou a situação do Brasil com a de países da Europa, como Portugal e Espanha, que viviam em “exuberância total” até mergulharem na crise. O senador manifestou apoio à queda nas taxas de juros e à recente desvalorização do real, mas citou o endividamento do governo, das famílias e das empresas como entraves à economia:
– Esse endividamento vai estourar. Todo mundo sabe. Ninguém sabe o dia. Mas todo mundo sabe que, se não forem tomadas certas medidas, isso vai estourar, como estourou na questão dos Estados Unidos financiando casas.
Segundo o senador, a economia brasileira enfrenta obstáculos como baixo nível de inovação no país, falta de infraestrutura, baixo nível de poupança, corrupção, corporativismo e desigualdade social. Cristovam pediu ênfase à educação como fator de desenvolvimento nacional, pois o Brasil continua sendo, em sua avaliação, campeão de repetência e evasão escolar.
Código Florestal
Para Cristovam Buarque, o Brasil esgotou o modelo vigente “desde 1500” de aumentar a capacidade de produção à custa da derrubada de florestas, e o Código Florestal que foi submetido à sanção presidencial é um “projeto da filosofia de derrubar árvores”. O senador disse esperar que a presidente Dilma Rousseff vete o projeto.
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