Para liderar a bancada até o final do ano, o deputado Brizola Neto(RJ) reassumiu a função de líder na quinta-feira, 17 de junho. Ele substitui o deputado Dagoberto (MS) que ficou no cargo por um ano, dando continuidade ao acordo feito em 2009 pela liderança compartilhada. Neto ocupou o cargo nos primeiros seis meses de 2009.
Perfil
Por: Brizola Neto
Os caminhos que a vida escolheu e os caminhos que eu escolhi
Nasci em 11 de outubro de 1978, ano em que meu avô, Leonel Brizola, no exílio, recebia o ultimato do governo uruguaio para deixar o país. Dele e de meu outro avô, o Capitão da Aeronáutica Alfredo Daudt, recebi exemplos de luta e sacrifício pelo Brasil e pela democracia. Alfredo Daudt, com a ajuda de outros oficiais e sargentos, impediu a decolagem dos jatos da FAB que bombardeariam o Palácio Piratini, na Campanha da Legalidade. Pondo em risco a carreira e a própria vida, evitou o assassinato de Brizola e de milharesde pessoas que, junto com ele, defendiam a Constituição e a posse do Presidente João Goulart. Um avô salvou o outro e os dois salvaram, por algum tempo, o Brasil de uma ditadura.
Menino e adolescente, convivi com as esperanças e dificuldades de meu avô Brizola no Governo do Rio. Vi seu amor pelos CIEPs, sua revolta com as injustiças, vi como sofria sem jamais desanimar frente às mentiras e manipulações da mídia. E, sobretudo, vi como ele agia com austeridade e honradez com a coisa pública. Governador duas vezes, nunca quis morar nos palácios e muito menos queria que seus netos fossem criados num ambiente de luxos e futilidades.
Aos 16 anos, eu queria trabalhar. Outros, talvez, teriam arranjado uma colocação para o neto. Ele, com aquele seu jeito típico, disse-me:queres trabalhar? Então vens trabalhar comigo. Quem conheceu meu avô, sabe que isso estava muito, muito longe de ser emprego tranqüilo. Nada de horário folgado, nada de regalias e mordomias. Ser seu secretário foi uma grande experiência, embora, com esta idade, muitas vezes eu não entendesse que, quando muitos de meus amigos estavam sainda para a noite e eu ficava do telefone para a máquina de escrever e dali para as pastas de arquivo. Eu estava aprendendo que a política pode e deve ser feita com responsabilidade, dedicação e coerência.
Mas eu não deixei, por isso, de ser, como dizem no Rio e no Sul, um guri. Gostava(que saudade!) de pegar onda, e acabei por tornar-me amigo de vários jovens das favelas da Zona Sul. Se tinha gente metida que torcia o nariz ao meu sobrenome Brizola, com eles só rolou identidade. O que Leonel Brizola dizia sobre a discriminação contra os pobres, sobre falta de perspectivas de uma vida digna, com trabalho e educação para todos, eles sentiam na pele. Desta amizade acabou nascendo o Favela Surf Club, onde jovens do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho aprendem a surfar e a fabricar e consertar pranchas. Na Rocinha, participei do projeto Casa de Cultura, que oferecia aulas de pintura, música, computação e dança para as crianças da comunidade.
O desejo de transformar essas duas experiências em militância política veio, então, naturalmente para mim.
Depois de quase dez anos diariamente ao lado, tive de conviver com a dor de sua morte. Quando a família me escolheu para, diante do Palácio do Catete e de uma multidão, homenageá-lo com a leitura da Carta Testamento de Vargas,a emoção deu lugar a uma certeza profunda do meu dever. E me determinei a cumpri-lo.
Em 2004, fui eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, que exerci princípios de ética e moral que herdei de meu avô procurando fazer de meu mandato uma ferramenta da luta pela educação e pelo trabalhador. Eleito deputado federal em 2006, segui com as mesmas referências históricas e tentando aprender mais. Cheguei,em 2009, aos 30 anos, à posição de líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados. A vida tem me ensinado que a força da juventude e o equilíbrio da idade não se contradizem, e boa parte dessa lição eu tenho aprendido com o casamento com Julia e com a delicadeza de minha Maria Clara, que completou seu primeiro aninho em maio.
O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo.
Defender este país é ser nacionalista; defender este povo é ser trabalhista. E lutar por isso a vida inteira, sem jamais esmorecer, é ser Brizola.
Brizola Neto reassume liderança na Câmara
Para liderar a bancada até o final do ano, o deputado Brizola Neto(RJ) reassumiu a função de líder na quinta-feira, 17 de junho. Ele substitui o deputado Dagoberto (MS) que ficou no cargo por um ano, dando continuidade ao acordo feito em 2009 pela liderança compartilhada. Neto ocupou o cargo nos primeiros seis meses de 2009.
Perfil
Por: Brizola Neto
Os caminhos que a vida escolheu e os caminhos que eu escolhi
Nasci em 11 de outubro de 1978, ano em que meu avô, Leonel Brizola, no exílio, recebia o ultimato do governo uruguaio para deixar o país. Dele e de meu outro avô, o Capitão da Aeronáutica Alfredo Daudt, recebi exemplos de luta e sacrifício pelo Brasil e pela democracia. Alfredo Daudt, com a ajuda de outros oficiais e sargentos, impediu a decolagem dos jatos da FAB que bombardeariam o Palácio Piratini, na Campanha da Legalidade. Pondo em risco a carreira e a própria vida, evitou o assassinato de Brizola e de milharesde pessoas que, junto com ele, defendiam a Constituição e a posse do Presidente João Goulart. Um avô salvou o outro e os dois salvaram, por algum tempo, o Brasil de uma ditadura.
Menino e adolescente, convivi com as esperanças e dificuldades de meu avô Brizola no Governo do Rio. Vi seu amor pelos CIEPs, sua revolta com as injustiças, vi como sofria sem jamais desanimar frente às mentiras e manipulações da mídia. E, sobretudo, vi como ele agia com austeridade e honradez com a coisa pública. Governador duas vezes, nunca quis morar nos palácios e muito menos queria que seus netos fossem criados num ambiente de luxos e futilidades.
Aos 16 anos, eu queria trabalhar. Outros, talvez, teriam arranjado uma colocação para o neto. Ele, com aquele seu jeito típico, disse-me:queres trabalhar? Então vens trabalhar comigo. Quem conheceu meu avô, sabe que isso estava muito, muito longe de ser emprego tranqüilo. Nada de horário folgado, nada de regalias e mordomias. Ser seu secretário foi uma grande experiência, embora, com esta idade, muitas vezes eu não entendesse que, quando muitos de meus amigos estavam sainda para a noite e eu ficava do telefone para a máquina de escrever e dali para as pastas de arquivo. Eu estava aprendendo que a política pode e deve ser feita com responsabilidade, dedicação e coerência.
Mas eu não deixei, por isso, de ser, como dizem no Rio e no Sul, um guri. Gostava(que saudade!) de pegar onda, e acabei por tornar-me amigo de vários jovens das favelas da Zona Sul. Se tinha gente metida que torcia o nariz ao meu sobrenome Brizola, com eles só rolou identidade. O que Leonel Brizola dizia sobre a discriminação contra os pobres, sobre falta de perspectivas de uma vida digna, com trabalho e educação para todos, eles sentiam na pele. Desta amizade acabou nascendo o Favela Surf Club, onde jovens do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho aprendem a surfar e a fabricar e consertar pranchas. Na Rocinha, participei do projeto Casa de Cultura, que oferecia aulas de pintura, música, computação e dança para as crianças da comunidade.
O desejo de transformar essas duas experiências em militância política veio, então, naturalmente para mim.
Depois de quase dez anos diariamente ao lado, tive de conviver com a dor de sua morte. Quando a família me escolheu para, diante do Palácio do Catete e de uma multidão, homenageá-lo com a leitura da Carta Testamento de Vargas,a emoção deu lugar a uma certeza profunda do meu dever. E me determinei a cumpri-lo.
Em 2004, fui eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, que exerci princípios de ética e moral que herdei de meu avô procurando fazer de meu mandato uma ferramenta da luta pela educação e pelo trabalhador. Eleito deputado federal em 2006, segui com as mesmas referências históricas e tentando aprender mais. Cheguei,em 2009, aos 30 anos, à posição de líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados. A vida tem me ensinado que a força da juventude e o equilíbrio da idade não se contradizem, e boa parte dessa lição eu tenho aprendido com o casamento com Julia e com a delicadeza de minha Maria Clara, que completou seu primeiro aninho em maio.
O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo.
Defender este país é ser nacionalista; defender este povo é ser trabalhista. E lutar por isso a vida inteira, sem jamais esmorecer, é ser Brizola.
Perfil
Por: Brizola Neto
Os caminhos que a vida escolheu e os caminhos que eu escolhi
Nasci em 11 de outubro de 1978, ano em que meu avô, Leonel Brizola, no exílio, recebia o ultimato do governo uruguaio para deixar o país. Dele e de meu outro avô, o Capitão da Aeronáutica Alfredo Daudt, recebi exemplos de luta e sacrifício pelo Brasil e pela democracia. Alfredo Daudt, com a ajuda de outros oficiais e sargentos, impediu a decolagem dos jatos da FAB que bombardeariam o Palácio Piratini, na Campanha da Legalidade. Pondo em risco a carreira e a própria vida, evitou o assassinato de Brizola e de milharesde pessoas que, junto com ele, defendiam a Constituição e a posse do Presidente João Goulart. Um avô salvou o outro e os dois salvaram, por algum tempo, o Brasil de uma ditadura.
Menino e adolescente, convivi com as esperanças e dificuldades de meu avô Brizola no Governo do Rio. Vi seu amor pelos CIEPs, sua revolta com as injustiças, vi como sofria sem jamais desanimar frente às mentiras e manipulações da mídia. E, sobretudo, vi como ele agia com austeridade e honradez com a coisa pública. Governador duas vezes, nunca quis morar nos palácios e muito menos queria que seus netos fossem criados num ambiente de luxos e futilidades.
Aos 16 anos, eu queria trabalhar. Outros, talvez, teriam arranjado uma colocação para o neto. Ele, com aquele seu jeito típico, disse-me:queres trabalhar? Então vens trabalhar comigo. Quem conheceu meu avô, sabe que isso estava muito, muito longe de ser emprego tranqüilo. Nada de horário folgado, nada de regalias e mordomias. Ser seu secretário foi uma grande experiência, embora, com esta idade, muitas vezes eu não entendesse que, quando muitos de meus amigos estavam sainda para a noite e eu ficava do telefone para a máquina de escrever e dali para as pastas de arquivo. Eu estava aprendendo que a política pode e deve ser feita com responsabilidade, dedicação e coerência.
Mas eu não deixei, por isso, de ser, como dizem no Rio e no Sul, um guri. Gostava(que saudade!) de pegar onda, e acabei por tornar-me amigo de vários jovens das favelas da Zona Sul. Se tinha gente metida que torcia o nariz ao meu sobrenome Brizola, com eles só rolou identidade. O que Leonel Brizola dizia sobre a discriminação contra os pobres, sobre falta de perspectivas de uma vida digna, com trabalho e educação para todos, eles sentiam na pele. Desta amizade acabou nascendo o Favela Surf Club, onde jovens do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho aprendem a surfar e a fabricar e consertar pranchas. Na Rocinha, participei do projeto Casa de Cultura, que oferecia aulas de pintura, música, computação e dança para as crianças da comunidade.
O desejo de transformar essas duas experiências em militância política veio, então, naturalmente para mim.
Depois de quase dez anos diariamente ao lado, tive de conviver com a dor de sua morte. Quando a família me escolheu para, diante do Palácio do Catete e de uma multidão, homenageá-lo com a leitura da Carta Testamento de Vargas,a emoção deu lugar a uma certeza profunda do meu dever. E me determinei a cumpri-lo.
Em 2004, fui eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, que exerci princípios de ética e moral que herdei de meu avô procurando fazer de meu mandato uma ferramenta da luta pela educação e pelo trabalhador. Eleito deputado federal em 2006, segui com as mesmas referências históricas e tentando aprender mais. Cheguei,em 2009, aos 30 anos, à posição de líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados. A vida tem me ensinado que a força da juventude e o equilíbrio da idade não se contradizem, e boa parte dessa lição eu tenho aprendido com o casamento com Julia e com a delicadeza de minha Maria Clara, que completou seu primeiro aninho em maio.
O nome que carrego é uma bandeira. É um símbolo para milhões de pessoas que sonham com um Brasil diferente, com um Brasil com justiça, com trabalho,com progresso para nosso povo.
Defender este país é ser nacionalista; defender este povo é ser trabalhista. E lutar por isso a vida inteira, sem jamais esmorecer, é ser Brizola.