Seminário do PDT repensa a crise mundial

Como vencer a crise mundial e dela tirar proveito para encontrar a melhor saída para nossas mazelas de pobreza, desemprego, educação deficiente, falta de moradia etc? Numa debate que reuniu especialistas e lideranças políticas, durante cinco horas, o PDT procurou demonstrar, como o faz desde a criação do Trabalhismo, por Getúlio Vargas, em 1930, que a quebradeira não terá solução no país se não forem enfrentadas questões essenciais, como a maior presença do Estado na economia e o engajamento da população. 

Na primeira etapa do Ciclo de Debates Visão Trabalhista, que percorrerá os principais estados do país, realizado nesta terça-feira(14) na Câmara dos Deputados, em Brasília,  pela Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini e lideranças do PDT na Câmara e Senado, as considerações dominantes foram as de que o momento atual é o mais adequado para imprimir soluções concretas e conseqüentes e de que o neoliberalismo fracassou, mas que a sociedade terá de ser convencida, pois do contrário, ele(o neoliberalismo) poderá retomar sua força. A redução drástica das taxas de juros, a exemplo do que está ocorrendo em todo o mundo, à exceção do Brasil, foi outro ponto defendido pelos debatedores. 

Participaram os professores Fernando Ferrari, da UNICAMP, Júlio Sicsú, do IPEA, o ex-deputado Sérgio Miranda e o ex-governador Alceu Collares, sob a mediação do presidente da FLB e organizador do seminário, Manoel Dias; o presidente nacional do PDT, deputado Vieira da Cunha(RS), os deputado Brizola Neto, líder na Câmara, e Paulo Rubens Santiago (PE) e o senador Cristovam Buarque (DF) e . Prestigiaram os debates os senador Osmar Dias, os deputados Bala Rocha(AP), Sergio Brito(BA), Damião Feliciano(PB), Giovanni Queiroz(PA), Dagoberto (MS), assessores, jornalistas, estudantes e militantes da Juventude Socialista.
“Quero dar as boas vindas a esta crise, porque, a partir dela surgirá o desempate das forças da economia, como ocorreu na crise de 30, com o programa inovador e trabalhista de Getúlio Vargas” – disse Cristovam Buarque. Ele alertou que precisamos de soluções firmes e duradouras e não de tapa-buracos. 

Neoliberalismo fracassado
 
O deputado Brizola Neto, ao longo dos debates,  recordou que “as teses do trabalhismo são reconhecidas pelos mais empedernidos dos teóricos neoliberais”. Citou como exemplo Francis Fukuyama que, em entrevista à revista Veja, afirmou que não se pode mais falar de estado mínimo, rigorismo fiscal e outros dogmas do Consenso de Washington.

Já Sérgio Miranda acha que o primeiro desafio é compreender a origem da crise. Uma coisa é certa, disse ele, o capitalismo não acabou mas foi rompido o pensamento único de que só o mercado era capaz de resolver por si só os problema econômicos. Alertou, porém, que a sociedade precisa saber disso através das lideranças políticas comprometidas com as causas nacionais e populares

Para o professor Fernando Ferrari, a estabilidade monetária, introduzida nos governos neoliberais desde Fernando Collor (1991) e sustentada inclusive num governo popular, como o atual, demonstrou ao longo de todos esses anos que leva a economia a se mover para um estado instável. 

Ação do estado

Presidente da Associação Keynesiana Brasileira (homenagem a John Maynard Keynes, o teórico do estatismo frente às políticas de mercado), Ferrari defende, em primeiro lugar, a regulamentação dos mercados por um organismo central, a quem caberia a necessária reestruração do sistema financeira mundial, hoje desintegrado pelo excesso de especulação e de irresponsabilidade no uso das finanças públicas. 

Alceu Collares sustentou que o PDT tem a obrigação de apresentar uma proposta alternativa coerente com o pensamento de Vargas e Leonel Brizola, considerando que o primeiro passo já foi dado: a criação da Universidade Leonel Brizola, voltada para a formação de quadros através da Televisão e Internet, e a realização desse ciclo de debates. Não esqueceu, porém, de dizer que a revolução deve ser feita com o voto e que a juventude tem nela um papel crucial, já que os “mais velhos não têm mais o entusiasmo de pegar em armas”. Foto: J.Amarante

O professor João Sicsú, do IPEA, contestou as previsões catastrofistas do Banco Central de que a economia vai retroceder a 0,15%, como divulgou a revista Focus. Ele sustentou a tese de seu próprio instituto de que teremos crescimento em 2009 de 1,5 a 2,5 pontos percentuais, na pior das hipóteses.
Sicsú, no entanto, alertou que continuaremos patinando enquanto não se enfrentar questões como a burocratização instalada nos governos de Fernando Henrique Cardoso, que trabalha deliberada e sistematicamente pela contenção de gasto, inviabilizando dessa maneira qualquer grande obra.

Lembrou o professor do IPEA que o atual governo está cheio de projetos prontos, com dotação específica e dinheiro suficiente, mas que encalha na excessiva impugnação das determinadas instituições sob o falso pretexto de defender a moralização e outros valores éticos.
Ao final do I Ciclo de Debates Visão trabalhista, o ex-deputado Manoel Dias, que também é secretário nacional do PDT, exortou os trabalhistas a intensificar essas discussões, com a multiplicação dos seminários, para elaborar propostas concretas e consistentes, como forma de o partido se credenciar como autêntico porta-voz das aspirações e anseios da sociedade brasileira. 

Como vencer a crise mundial e dela tirar proveito para encontrar a melhor saída para nossas mazelas de pobreza, desemprego, educação deficiente, falta de moradia etc? Numa debate que reuniu especialistas e lideranças políticas, durante cinco horas, o PDT procurou demonstrar, como o faz desde a criação do Trabalhismo, por Getúlio Vargas, em 1930, que a quebradeira não terá solução no país se não forem enfrentadas questões essenciais, como a maior presença do Estado na economia e o engajamento da população. 

Na primeira etapa do Ciclo de Debates Visão Trabalhista, que percorrerá os principais estados do país, realizado nesta terça-feira(14) na Câmara dos Deputados, em Brasília,  pela Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini e lideranças do PDT na Câmara e Senado, as considerações dominantes foram as de que o momento atual é o mais adequado para imprimir soluções concretas e conseqüentes e de que o neoliberalismo fracassou, mas que a sociedade terá de ser convencida, pois do contrário, ele(o neoliberalismo) poderá retomar sua força. A redução drástica das taxas de juros, a exemplo do que está ocorrendo em todo o mundo, à exceção do Brasil, foi outro ponto defendido pelos debatedores. 

Participaram os professores Fernando Ferrari, da UNICAMP, Júlio Sicsú, do IPEA, o ex-deputado Sérgio Miranda e o ex-governador Alceu Collares, sob a mediação do presidente da FLB e organizador do seminário, Manoel Dias; o presidente nacional do PDT, deputado Vieira da Cunha(RS), os deputado Brizola Neto, líder na Câmara, e Paulo Rubens Santiago (PE) e o senador Cristovam Buarque (DF) e . Prestigiaram os debates os senador Osmar Dias, os deputados Bala Rocha(AP), Sergio Brito(BA), Damião Feliciano(PB), Giovanni Queiroz(PA), Dagoberto (MS), assessores, jornalistas, estudantes e militantes da Juventude Socialista.
“Quero dar as boas vindas a esta crise, porque, a partir dela surgirá o desempate das forças da economia, como ocorreu na crise de 30, com o programa inovador e trabalhista de Getúlio Vargas” – disse Cristovam Buarque. Ele alertou que precisamos de soluções firmes e duradouras e não de tapa-buracos. 

Neoliberalismo fracassado
 
O deputado Brizola Neto, ao longo dos debates,  recordou que “as teses do trabalhismo são reconhecidas pelos mais empedernidos dos teóricos neoliberais”. Citou como exemplo Francis Fukuyama que, em entrevista à revista Veja, afirmou que não se pode mais falar de estado mínimo, rigorismo fiscal e outros dogmas do Consenso de Washington.

Já Sérgio Miranda acha que o primeiro desafio é compreender a origem da crise. Uma coisa é certa, disse ele, o capitalismo não acabou mas foi rompido o pensamento único de que só o mercado era capaz de resolver por si só os problema econômicos. Alertou, porém, que a sociedade precisa saber disso através das lideranças políticas comprometidas com as causas nacionais e populares

Para o professor Fernando Ferrari, a estabilidade monetária, introduzida nos governos neoliberais desde Fernando Collor (1991) e sustentada inclusive num governo popular, como o atual, demonstrou ao longo de todos esses anos que leva a economia a se mover para um estado instável. 

Ação do estado

Presidente da Associação Keynesiana Brasileira (homenagem a John Maynard Keynes, o teórico do estatismo frente às políticas de mercado), Ferrari defende, em primeiro lugar, a regulamentação dos mercados por um organismo central, a quem caberia a necessária reestruração do sistema financeira mundial, hoje desintegrado pelo excesso de especulação e de irresponsabilidade no uso das finanças públicas. 

Alceu Collares sustentou que o PDT tem a obrigação de apresentar uma proposta alternativa coerente com o pensamento de Vargas e Leonel Brizola, considerando que o primeiro passo já foi dado: a criação da Universidade Leonel Brizola, voltada para a formação de quadros através da Televisão e Internet, e a realização desse ciclo de debates. Não esqueceu, porém, de dizer que a revolução deve ser feita com o voto e que a juventude tem nela um papel crucial, já que os “mais velhos não têm mais o entusiasmo de pegar em armas”. Foto: J.Amarante

O professor João Sicsú, do IPEA, contestou as previsões catastrofistas do Banco Central de que a economia vai retroceder a 0,15%, como divulgou a revista Focus. Ele sustentou a tese de seu próprio instituto de que teremos crescimento em 2009 de 1,5 a 2,5 pontos percentuais, na pior das hipóteses.
Sicsú, no entanto, alertou que continuaremos patinando enquanto não se enfrentar questões como a burocratização instalada nos governos de Fernando Henrique Cardoso, que trabalha deliberada e sistematicamente pela contenção de gasto, inviabilizando dessa maneira qualquer grande obra.

Lembrou o professor do IPEA que o atual governo está cheio de projetos prontos, com dotação específica e dinheiro suficiente, mas que encalha na excessiva impugnação das determinadas instituições sob o falso pretexto de defender a moralização e outros valores éticos.
Ao final do I Ciclo de Debates Visão trabalhista, o ex-deputado Manoel Dias, que também é secretário nacional do PDT, exortou os trabalhistas a intensificar essas discussões, com a multiplicação dos seminários, para elaborar propostas concretas e consistentes, como forma de o partido se credenciar como autêntico porta-voz das aspirações e anseios da sociedade brasileira.