Cristovam responde matéria do Correio Braziliense

Prezada Ana Maria Campos:

Sua matéria no Correio Braziliense de sábado (8/11), tem uma frase minha que embora sem qualquer distorção, está incompleta. Na frase, que você até chamou de mórbida, em que eu disse que a bandeira do PT estaria no meu caixão ao lado da bandeira do PDT, eu citei outras que também estarão lá, como, exemplo, do duas do Brasil (uma com "Ordem e Progresso", outra com "Educaçao é Progresso"), da UnB, do Distrito Federal, de Pernambuco, do Naútico e do Botafogo (no meu tempo tinhamos um time local e um nacional). Vai ser a parte mais cara (cara de querida e de custosa do enterro).

Não tenho qualquer coisa a esconder do meu passado, não esqueço o papel do PT na minha vida política, e tenho orgulho de ter sido seu militante por quinze anos. Mas, ainda menos vou esquecer o PDT, especialmente Carlos Lupi e Manuel Dias que me fizeram candidato a Presidente da República: a maior de todas as oportunidades para defender e lutar pela causa da revolução brasileira, por meio da educação. "O filho do trabalhador na mesma escola do filho do patrão". Sem esta causa, não tenho o menor interesse em fazer política partidária, disputar eleições ou ter mandato.

Hoje, mais ainda do que em 2005, quando mudei de sigla, estou convencido de que o PDT é o partido capaz de carregar a bandeira da causa educacionista. Se, o que eu não acredito, o PDT um dia tomar o mesmo rumo de outros partidos, eu não mudarei outra vez de partido, continuarei no PDT, e deixarei de disputar eleições. E continuarei lutando pela revolução por outros meios, como sempre fiz até meus 50 anos de idade, quando disputei minha primeira eleição política.

Vai até sobrar tempo para eu comprar todas as bandeiras importantes na minha tragetória, sem qualquer constrangimento e até com orgulho de cada uma delas, inclusive a do PDT e a do PT.

Grande abraço,
Cristovam

"O filho do trabalhador na mesma escola do filho do patrão"


Matéria do Correio Braziliense do dia 8/11 (sábado)

Indefinição coloca Cristovam na berlinda
Crise interna no PDT abre possibilidade para que o senador deixe o comando da legenda. Seu futuro no cargo será decidido segunda-feira

Ana Maria Campos
Da equipe do Correio
Cristovam: futuro incerto na presidência do PDT porque partido não se entende sobre governo do DF

PT pode ser o destino

Entre pedetistas e petistas, a avaliação é de que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se aproxima cada dia mais de um retorno à sua antiga legenda, o PT. Segundo petistas, o assunto já foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre pedetistas, o comentário é de que Cristovam também recebeu convite do presidente nacional da legenda, o deputado Ricardo Berzoini (SP). O senador do Distrito Federal não esconde o seu amor pelo PT, mas nega a possibilidade de voltar ao partido. “Digo que quando eu morrer, no meu caixão será colocada uma bandeira do PT, mas não tenho idade, nem coração para mudar de partido de novo”, disse.

Cristovam também revelou ontem ao Correio a disposição de continuar na presidência regional do PDT. “O assunto será discutido na segunda-feira, mas há resistências grandes para que eu saia”, disse. O senador explicou que pensou em deixar temporariamente a presidência da legenda para adotar uma posição mais “explícita” em relação aos cenários políticos. “O cargo de presidente me obriga à imparcialidade”, sustentou.

Na avaliação do secretário de Justiça e Cidadania, Peniel Pacheco, um dos pedetistas mais ligados ao governador José Roberto Arruda (DEM), Cristovam é respeitado, mas tem uma visão equivocada em relação aos rumos do partido. “Não estamos pensando nas eleições. Apenas queremos ajudar o governo a atender os interesses da comunidade. O momento agora é de trabalhar”, disse Peniel. (AMC)
A executiva regional do PDT vai discutir na próxima segunda-feira uma possível licença ou a renúncia de Cristovam Buarque do comando da legenda. O afastamento começou a ser cogitado pelo próprio senador do Distrito Federal devido à crise interna criada pela indefinição do partido quanto à relação com o governo de José Roberto Arruda (DEM). Os pedetistas mais afinados com o Executivo local querem declarar apoio oficial ao democrata. Cristovam, no entanto, prefere manter uma posição mais neutra, sem adesão ou rompimento.

O assunto tem causado grande estresse interno porque Arruda dedica aos pedetistas a mesma indiferença que recebe do partido. O governador deu cargos estratégicos a apenas dois representantes do PDT fiéis a seu governo. O ex-deputado distrital Peniel Pacheco (PDT), aliado de Arruda, é secretário de Justiça e Cidadania. O ex-sindicalista Ezequiel Nascimento, que mantém boa relação com o governador, indicou Israel Batista, também filiado ao PDT, ao cargo de secretário-adjunto de Trabalho. Arruda, no entanto, não permitiu que o PDT ganhasse corpo no governo, com a indicação de militantes em cargos comissionados.

Nos bastidores, os pedetistas mais ligados ao GDF torcem pela troca de comando. Se Cristovam sair, um dos três vice-presidentes regionais do PDT deverá tomar a presidência. O mais provável é que Georges Michel assuma, já que Ezequiel estaria impedido de assumir porque exerce o cargo de secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho. O terceiro vice, o deputado José Antônio Reguffe (PDT), tem posição ainda mais radical que o senador e representaria um aprofundamento da crise. Ele defende que o PDT não ocupe cargo algum no governo federal ou local. “Cristovam deve continuar presidente. Ele dá ao partido uma estatura e isso é importante”, avalia o distrital.

Prezada Ana Maria Campos:

Sua matéria no Correio Braziliense de sábado (8/11), tem uma frase minha que embora sem qualquer distorção, está incompleta. Na frase, que você até chamou de mórbida, em que eu disse que a bandeira do PT estaria no meu caixão ao lado da bandeira do PDT, eu citei outras que também estarão lá, como, exemplo, do duas do Brasil (uma com “Ordem e Progresso”, outra com “Educaçao é Progresso”), da UnB, do Distrito Federal, de Pernambuco, do Naútico e do Botafogo (no meu tempo tinhamos um time local e um nacional). Vai ser a parte mais cara (cara de querida e de custosa do enterro).

Não tenho qualquer coisa a esconder do meu passado, não esqueço o papel do PT na minha vida política, e tenho orgulho de ter sido seu militante por quinze anos. Mas, ainda menos vou esquecer o PDT, especialmente Carlos Lupi e Manuel Dias que me fizeram candidato a Presidente da República: a maior de todas as oportunidades para defender e lutar pela causa da revolução brasileira, por meio da educação. “O filho do trabalhador na mesma escola do filho do patrão”. Sem esta causa, não tenho o menor interesse em fazer política partidária, disputar eleições ou ter mandato.

Hoje, mais ainda do que em 2005, quando mudei de sigla, estou convencido de que o PDT é o partido capaz de carregar a bandeira da causa educacionista. Se, o que eu não acredito, o PDT um dia tomar o mesmo rumo de outros partidos, eu não mudarei outra vez de partido, continuarei no PDT, e deixarei de disputar eleições. E continuarei lutando pela revolução por outros meios, como sempre fiz até meus 50 anos de idade, quando disputei minha primeira eleição política.

Vai até sobrar tempo para eu comprar todas as bandeiras importantes na minha tragetória, sem qualquer constrangimento e até com orgulho de cada uma delas, inclusive a do PDT e a do PT.

Grande abraço,
Cristovam

“O filho do trabalhador na mesma escola do filho do patrão”

Matéria do Correio Braziliense do dia 8/11 (sábado)

Indefinição coloca Cristovam na berlinda
Crise interna no PDT abre possibilidade para que o senador deixe o comando da legenda. Seu futuro no cargo será decidido segunda-feira

Ana Maria Campos
Da equipe do Correio
Cristovam: futuro incerto na presidência do PDT porque partido não se entende sobre governo do DF

PT pode ser o destino

Entre pedetistas e petistas, a avaliação é de que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) se aproxima cada dia mais de um retorno à sua antiga legenda, o PT. Segundo petistas, o assunto já foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre pedetistas, o comentário é de que Cristovam também recebeu convite do presidente nacional da legenda, o deputado Ricardo Berzoini (SP). O senador do Distrito Federal não esconde o seu amor pelo PT, mas nega a possibilidade de voltar ao partido. “Digo que quando eu morrer, no meu caixão será colocada uma bandeira do PT, mas não tenho idade, nem coração para mudar de partido de novo”, disse.

Cristovam também revelou ontem ao Correio a disposição de continuar na presidência regional do PDT. “O assunto será discutido na segunda-feira, mas há resistências grandes para que eu saia”, disse. O senador explicou que pensou em deixar temporariamente a presidência da legenda para adotar uma posição mais “explícita” em relação aos cenários políticos. “O cargo de presidente me obriga à imparcialidade”, sustentou.

Na avaliação do secretário de Justiça e Cidadania, Peniel Pacheco, um dos pedetistas mais ligados ao governador José Roberto Arruda (DEM), Cristovam é respeitado, mas tem uma visão equivocada em relação aos rumos do partido. “Não estamos pensando nas eleições. Apenas queremos ajudar o governo a atender os interesses da comunidade. O momento agora é de trabalhar”, disse Peniel. (AMC)
A executiva regional do PDT vai discutir na próxima segunda-feira uma possível licença ou a renúncia de Cristovam Buarque do comando da legenda. O afastamento começou a ser cogitado pelo próprio senador do Distrito Federal devido à crise interna criada pela indefinição do partido quanto à relação com o governo de José Roberto Arruda (DEM). Os pedetistas mais afinados com o Executivo local querem declarar apoio oficial ao democrata. Cristovam, no entanto, prefere manter uma posição mais neutra, sem adesão ou rompimento.

O assunto tem causado grande estresse interno porque Arruda dedica aos pedetistas a mesma indiferença que recebe do partido. O governador deu cargos estratégicos a apenas dois representantes do PDT fiéis a seu governo. O ex-deputado distrital Peniel Pacheco (PDT), aliado de Arruda, é secretário de Justiça e Cidadania. O ex-sindicalista Ezequiel Nascimento, que mantém boa relação com o governador, indicou Israel Batista, também filiado ao PDT, ao cargo de secretário-adjunto de Trabalho. Arruda, no entanto, não permitiu que o PDT ganhasse corpo no governo, com a indicação de militantes em cargos comissionados.

Nos bastidores, os pedetistas mais ligados ao GDF torcem pela troca de comando. Se Cristovam sair, um dos três vice-presidentes regionais do PDT deverá tomar a presidência. O mais provável é que Georges Michel assuma, já que Ezequiel estaria impedido de assumir porque exerce o cargo de secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho. O terceiro vice, o deputado José Antônio Reguffe (PDT), tem posição ainda mais radical que o senador e representaria um aprofundamento da crise. Ele defende que o PDT não ocupe cargo algum no governo federal ou local. “Cristovam deve continuar presidente. Ele dá ao partido uma estatura e isso é importante”, avalia o distrital.