Foram gerados mais de 203 mil novos postos de trabalho, um crescimento de 0,67% em relação ao estoque de emprego do mês anterior, 60% superior ao número de empregos gerados em julho de 2007
Brasília, 19/08/2008 – Em julho de 2008 foram gerados 203.218 novos postos de trabalho, correspondendo a um crescimento de 0,67% em relação ao estoque de emprego do mês anterior, o maior saldo da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para um mês de julho. O resultado do sétimo mês deste ano é também 60% superior ao número de empregos gerados em julho de 2007 (126.992 postos). Foi o que divulgou no úçtimo dia 19 de agosto o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em coletiva à imprensa. Ele destacou ainda que no mês de julho verifica-se historicamente no Caged que a geração de empregos desacelera em relação ao mês de junho, o que não ocorreu este ano.
Nos primeiros sete meses de 2008, o estoque de empregos formais elevou-se em 5,4%, representando o incremento de 1.564.606 postos de trabalho, o maior saldo registrado nesse período em todos os anos da série do Caged, situando-se 27% acima do recorde anterior verificado em 2004 (+1.236.689 postos ou +5,30%). Nos últimos 12 meses, a variação acumulada atingiu +6,86% ou +1.959.503 postos, resultado que se revelou mais favorável que o ocorrido no mesmo período do ano anterior (+4,99%, ou +1.373.026 empregos formais).
“É um número muito forte para economia e mostra que o Brasil está muito bem, a renda média do trabalhador brasileiro aumentou nos últimos cinco anos, fortalecendo a economia, aumentando o poder de compra e distribuindo renda. Não falta produtos no Brasil, as empresas seguem contratando os trabalhadores para aumentar a sua produção. Eu já vinha dizendo que a inflação era reflexo da crise internacional. Hoje os preços já estão caindo no país. Minha previsão no início do ano era de mais de 1,8 milhão de novos empregos até dezembro. Tenho certeza que bateremos a marca de 2 milhões de pessoas com carteira assinada em 2008”, destacou o ministro Carlos Lupi, durante a coletiva.
Entre 2003 e 2008 foram gerados 7.833.374 postos formais de trabalho. O estoque de brasileiros com carteira assinada até julho de 2008 é de 30.530.796 de pessoas.
Setores – O desempenho expressivo do emprego em julho de 2008 derivou da elevação de todos os setores de atividade econômica. Em números absolutos, os que mais colaboraram no resultado atingido foram os setores de Serviços, a Agropecuária, a Indústria de Transformação e a Construção Civil.
O setor de Serviços criou 51.292 (+0,43%) empregos, resultado superado, em termos absolutos, apenas pelo ocorrido em 2006 (+52.118 postos ou 0,49%). O desempenho no mês em análise, pode ser creditado, basicamente, aos segmentos de Serviços de Comércio e Administração de Imóveis (+23.215 postos ou +0,76%), Serviços de Alojamentos e Alimentação (+18.194 postos ou +0,43%) e Serviços de Transporte e Comunicação (+10.119 postos ou +0,63%), cujos saldos dos dois últimos segmentos citados foram os maiores já registrados no período.
Ao setor Agrícola coube a geração de 44.940 postos de trabalho, ou crescimento de 2,60% no estoque de emprego, resultados superados apenas pelo mês de julho de 2004 (+55.155 postos ou +3,40%). É relevante destacar que o saldo de empregos gerados em julho de 2008 no setor ficou 4,6 vezes maior que o verificado no mesmo período do ano anterior (+7.986 postos ou +0,47%).
Os dados da Indústria de Transformação registraram criação de 37.495 novos empregos (+0,51%), o segundo melhor resultado do período na série do Caged, ultrapassado somente pelo mês de julho de 2004 (+56.027 postos ou +0,93%). Dos 12 ramos integrantes do setor, 11 exibiram expansão, dos quais 5 apresentaram saldo recorde. Em números absolutos, destacaram-se os seguintes: Metalúrgica (+6.823 postos ou +0,92%, desempenho absoluto e relativo recorde da série do Caged para o mês de julho), Indústria de Material de Transporte (+6.400 postos ou +1,25%, resultado, também recorde, absoluto e relativo para julho), Indústria Química (+5.154 postos ou +0,70%) e Indústria Têxtil e de Vestuário (+5.089 postos ou +0,54%).
A Construção Civil continua apresentando desempenho recorde. Em julho, com a criação de 35.078 postos de trabalho (+2,03%) superou em 85,63% o saldo verificado no mês de julho de 2007 (+18.896 postos ou + 1,30%) e em 42,36% o recorde anterior para o mês, ocorrido em 2006 (+24.640 postos ou +1,83%).
Setores no acumulado do ano (de janeiro a julho de 2008) – Serviços apresentou resultado recorde, absoluto e relativo, para o período: 490.105 postos (+4,29%), proveniente da geração recorde de três dos seis ramos do setor: Serviços de Comércio e Administração de Imóveis (+176.083 postos ou +6,06%, a maior taxa de crescimento dentre os seis ramos do setor), Serviços de Alojamentos e Alimentação (+129.150 postos ou +3,11%) e Serviços Médicos e Odontológicos (+48.863 postos ou + 4,13%).
Indústria de Transformação: +355.396 postos (+5,07%), segundo maior saldo do período, superado pelo verificado em 2004 (+382.387 postos ou +6,74%), oriundo da elevação de onze dos doze ramos industriais, com saldo recorde em cinco deles: Indústria Metalúrgica (+44.409 postos ou +6,32%), Indústria Mecânica (+37.253 postos ou +7,73%), Indústria de Materiais de Transporte (+37.760 postos ou +7,39%), Indústria de Minerais Não Metálicos (+13.622 postos ou +4,03%), Indústria de Papel e Papelão (+10.282 postos ou +2,79%). Destaca-se a Indústria de Calçados (+26.320 postos ou +8,65%) que apresentou a maior taxa de crescimento do setor e a Indústria de Produtos Alimentícios (+93.309 postos ou +5,61%), que registrou a maior geração de empregos no período.
Agricultura também foi recorde de geração de empregos e a maior taxa de crescimento dentre todos os subsetores, percentual 3,36 vezes superior à média nacional do período (+5,40%): 271.970 postos (+18,14%). A Construção Civil segue forte com 232.231 postos no acumulado do ano (+15,18%), o maior resultado relativo e absoluto já registrado para os sete primeiros meses na série do Caged, e a segunda maior taxa de crescimento dentre os subsetores de atividade econômica, sendo quase 3 vezes superior à taxa média dos setores;
Comércio apresentou geração de 157.415 postos (+2,43%), resultado mais favorável que o verificado no mesmo período do ano anterior ( +124.972 postos ou +2,06%);
Regiões – Em julho de 2008 houve geração recorde do emprego em duas das cinco grandes regiões: Nordeste (+40.816 postos ou +0,96%) e Sul (+25.742 postos ou +0,46%). As demais regiões exibiram o seguinte comportamento: Sudeste (+116.776 postos ou +0,69%), Centro-Oeste (+11.141 postos ou +0,51%) e Norte (+8.743 postos ou +0,70%). Nas Unidades da Federação, verificaram-se nove recordes para o mês de julho, merecendo destaque, em termos absolutos Minas Gerais (+31.843 postos ou +0,95%), Rio de Janeiro (+19.014 postos ou +0,66%), Paraná (13.635 postos ou +0,66%) e Ceará (10.629 postos ou 1,51%). Também merece destaque o estado de São Paulo que liderou a geração de empregos, com 64.065 postos ou 0,63%, o segundo melhor resultado do período.
“A política do salário-mínimo gera um efeito cascata em todo o sistema econômico.O aumento do poder aquisitivo aqueceu a economia, principalmente na Região Nordeste, que se encontra no auge de sua agricultura. Pernambuco, por exemplo, descobriu a produção de uva”, disse o ministro Carlos Lupi.
Interior x Áreas metropolitanas – Em julho, o nível de emprego cresceu em todas as áreas metropolitanas, com elevação total de 69.776 postos de trabalho (+0,56%), resultado recorde, absoluto e relativo, para o período e 30% superior ao saldo recorde anterior de julho de 2007 (+53.602 ou +0,45%). O interior dos estados desses aglomerados urbanos registrou um comportame
nto mais favorável em relação ao conjunto das áreas metropolitanas, ao responder pela geração de 90.710 empregos ou aumento de 0,80%, comportamento este influenciado por fatores sazonais relacionados ao ciclo agrícola. Em termos absolutos, no interior dos estados de São Paulo (+32.673 postos ou +067%) e Minas Gerais (+26.068 postos ou +1,24%) verificou-se o melhor desempenho. No caso das áreas metropolitanas, as que mais se sobressaíram foram as de São Paulo (+31.392 postos ou +0,59%) e Rio de Janeiro (+13.938 postos ou +0,64%).