As discussões sobre as alianças para o segundo turno em Campinas foram intensificadas ontem. No alvo dos dois concorrentes ao posto de prefeito, Jonas Donizette (PSB) e Marcio Pochmann (PT), está o apoio da coligação do prefeito Pedro Serafim (PDT), derrotado nas urnas no último domingo, o que inclui o PMDB, o PP e o PDT. Encontros na Capital e muita conversa preencheram a agenda dos candidatos. Serafim almoçou com o presidente do PTB, Campos Machado e, à tarde, se encontrou com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Os caciques dos principais partidos assumiram o comando das negociações de apoio em Campinas, junto com os candidatos, como revelou o Correio ontem.
Serafim esteve com Lula e Alckmin acompanhado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. O ex-ministro do Trabalho disse ontem à reportagem que as conversas continuam com os dois partidos e que os apoios em outras disputas não vão interferir nas alianças de Campinas. “Temos cidades onde o PDT apoia o PT no segundo turno. Se fosse fazer a comparação por essa linha, haveria um curto-circuito”, disse Lupi, ao se referir a uma possível troca de apoios entre as cidades de Curitiba e Campinas, uma vez que o PDT foi para o segundo turno e o PSB saiu derrotado da disputa da Capital paranaense e, em tese, poderia fechar com os pedetistas em troca do apoio destes a Jonas em Campinas — o que chegou a ser ventilado nos bastidores anteontem.
Lupi também afirmou que o papel do seu partido é ouvir as duas forças e verificar o que poderá fortalecer o PDT na cidade. “Na minha opinião, Serafim teve uma votação muito expressiva. Foi um milagre em quatro meses de governo conseguir quase 100 mil votos. Acho que ele deve trabalhar seu nome e, para isso, manter os partidos de sua coligação unidos”, afirmou.
O prefeito de Campinas disse que vai conversar com os representantes de sua coligação e o grupo irá decidir o melhor caminho. “O Lula me disse ontem que a escolha por Pochmann foi dele. Uma escolha pessoal. Diante da mágoa do povo campineiro, ele disse que optou por um candidato menos político e mais técnico. E que acha que Pochmann vai ganhar a eleição. Por isso, pediu o nosso apoio. Mas também estive com Geraldo (Alckmin), que também defendeu a coligação de Jonas. Vamos ver com os partidos da nossa chapa o que há de melhor nos dois programas de governo e decidir que caminho tomar”, afirmou o prefeito.
PSB
Até agora, a única legenda em Campinas que anunciou apoio no segundo turno foi o PV. Jonas espera para hoje dois outros anúncios. Nos bastidores, a conversa mais adiantada é com o PTB do presidente estadual Campos Machado.
Fontes ligadas ao PSB confirmaram na tarde de ontem que as articulações com o PDT de Serafim também estariam “bem adiantadas”. “Eu diria que em torno de 80%”, disse um dos interlocutores do partido. Além do PDT e do PTB, o PP de Paulo Maluf também entrou na articulação. Jonas esteve esta semana com o cacique e deputado federal, mas as conversas não avançaram. O PP local está mais próximo de Pochmann.
PMDB
Em relação ao PMDB, o presidente do partido em Campinas, vereador Dário Saadi, esteve ontem em São Paulo onde se reuniu com o presidente estadual da sigla, Baleia Rossi, e com o presidente do PT no Estado, o deputado Edinho Silva, mas afirmou que ainda não tem nada fechado. “Estamos em um momento de conversas. Ainda não temos nada definido”, disse. Esta semana, Lula se reuniu com o presidente nacional da legenda, Michel Temer, em busca de apoio a Pochmann. Apesar de Dário ter afirmado que os acordos ainda não foram consolidados, Temer deverá se pronunciar ao partido local hoje sobre o assunto. (Colaborou Bruna Mozer/AAN)
http://correio.rac.com.br/