A Executiva nacional do PDT, reunida com a maioria da bancada, a Comissão de Ética e os presidentes dos movimentos partidários, decidiu nesta sexta-feira (15/4) expulsar todos os deputados federais do PDT que votarem a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, além de imediatamente destituí-los de cargos que ocupem na direção do partido.
O Diretório Nacional do partido já foi convocado – dia 30 de maio- para referendar os processos de expulsão que serão abertos pela Comissão de Ética já nesta segunda-feira contra os deputados que não seguirem a determinação do Diretório Nacional e da Executiva, sendo garantido a todos amplo direito de defesa como prevê o Estatuto. O PDT também recorrerá à Justiça para exigir de volta o mandato dos infiéis.
Os processos de expulsão serão abertos já na próxima segunda-feira (18/4), exceto o do deputado Giovanni Cherini (PDT-RS), já aberto, porque ele manifestou publicamente a sua decisão de apoiar o impeachment. Cherini só não será expulso se votar contra o impeachment no domingo, ou se abster.
Em entrevista coletiva, ao final da reunião, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, explicou:
“Os parlamentares do PDT que se sentirem pessoalmente constrangidos a votar contra o impeachment, poderão se abster. Ou fazer declaração pessoal de voto a favor, mas votando contra de acordo com a determinação do Diretório Nacional”. Quem votar a favor do impeachment já na segunda começa a responder ao processo de expulsão.
Lupi explicou que o deputado Cherini tem até amanhã para se decidir. Se acompanhar a decisão do partido, votando contra o impeachment, o pedido de sua expulsão será retirado.
— O fato configurado é a votação. No caso dele, existe a premeditação, mas ainda não existe o crime. Se não se configurar o crime – é nulo o processo de expulsão — argumentou.
Lupi disse que não há “nenhuma chance” do PDTparticipar em um eventual governo Michel Temer, ao ser questionado por um repórter.
“Nós combatemos o golpe. Como poderíamos ficar a favor do capitão do golpe?”, questionou, citando frase do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes.